Quanto maior a crise econômica, maior o número de pessoas usando e sendo usadas pelo comércio da prostituição |
Uma
das consequências da crise econômica e do agravamento do desemprego em Itabuna,
é que o número de prostitutas nas ruas e praças da cidade está aumentando
vertiginosamente, sobretudo de mulheres casadas, entre os 30 e os 40 anos, e
com filhos. "Tem, de fato, aumentado muito o número de mulheres casadas na
prostituição, que encontram nesta atividade a última e desesperada saída para o
pagamento das suas contas e, quantas vezes, para dar de comer aos filhos",
disse-me uma amiga, cujo local de trabalho noturno, é um hotel nas imediações
da rodoviária de Itabuna, sublinhando que "na esmagadora maioria dos casos,
os maridos não sabem que as suas mulheres se prostituem". Segundo essa
minha amiga, que não quis se identificar, nesta condição há "uma situação
terrivelmente preocupante", uma vez que "as novas prostitutas são
mulheres de classe média que perderam o emprego e que se encontram atoladas em
dívidas". O aumento da prostituição tem-se verificado sobretudo na rua e
nas praças, mas também nos bares, restaurantes, boates e clubes. Minha amiga
anônima me revelou um caso, que retrata a situação de Renata (nome fictício),
que tem 37 anos, é casada e mãe de três filhos menores. Representante Comercial
de profissão, tinha uma casa e um carro em 2009, quando ficou desempregada;
acontecendo o mesmo ao marido, um ano depois. Ficou sem a casa e sem o carro
por não conseguir pagar as parcelas dos financiamentos. A família vive agora
num pequeno apartamento mas, esgotadas todas as ajudas da família e dos amigos,
não viu outra saída senão a prostituição. Renata disse para a minha amiga, que
"Se vende para dar comida aos filhos", acrescentando que vive
"triste, escondida e amargurada".
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