Sob alegação de
não possuir 5 milhões para gastar na campanha
E não querer
roubar na prefeitura, Vane já desistiu de se candidatar
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A campanha eleitoral mais
curta em décadas – aliada a uma crise econômica sem previsão de fim – poderia
sugerir menos gastos nas eleições municipais de 2016. No entanto, a necessidade
de ocupar espaços nas novas mídias e a liberação legal para propaganda antecipada
na internet, ao lado do vale-tudo pelo voto, podem agregar mais custos do que
se imagina. Diante desse mix de condições, parece difícil prever o tamanho do
derrame de dinheiro dos futuros candidatos a prefeito e vereadores de Itabuna
em 2016. Para os marqueteiros políticos, principais especialistas no assunto,
uma coisa é certa: a inteligência dos estrategistas de campanha continuará
custando caro. Em 2012, os seis candidatos à prefeitura de Itabuna declararam
ter gasto quase R$ 8,5 milhões na disputa. O vencedor, Claudevane Leite (PRB), anunciou
investimentos mais do que todos os adversários juntos: foram R$ 5 milhões que
ajudaram a garantir 41,62% do total de votos. Quatro anos depois, muitas
mudanças nas regras desenham um cenário diferente daquele pleito. O tempo de
campanha eleitoral caiu pela metade, de 90 dias para 45 dias. Quando se trata
de propaganda na televisão e no rádio, o período passa a 35 dias, dez a menos
do que nas eleições anteriores. Apesar de menos dias, o tempo diário de
inserção nesses meios de comunicação aumentou de 30 minutos para 70 minutos. Por
outro lado, a pré-campanha foi liberada. Os pretendentes a vagas no Executivo
ou Legislativo Municipal podem, desde já, anunciar que serão candidatos – só
não podem pedir votos explicitamente. Com isso, atividades para divulgação de
ideias e a propaganda na internet estão permitidas, sem risco de os possíveis
candidatos incorrerem no antigo crime de propaganda antecipada. Ambas as
situações, ainda que não pareçam, podem inflar os gastos dos candidatos. O
marqueteiro político Giorlando Lima, que atuou na vitoriosa campanha
majoritária da eleição passada em Itabuna, explica que os dez dias a menos na
TV e no rádio não implicam em menos trabalho para as equipes de comunicação –
que são o cérebro e o esqueleto das campanhas. “Essa mudança tem um impacto na
quantidade de guias e inserções que vão ao ar, mas, na realidade, o trabalho de
pesquisa tem que começar com antecedência. A dedicação vai ser a mesma para a
pesquisa, a criação de roteiros, a redação dos guias eleitorais. Tudo isso vai
demandar o mesmo trabalho das pessoas. Não é porque se reduziu dez dias que vai
haver uma mudança substancial, não acredito nisso”, afirma.
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