OS POBRES DE ESPÍRITOS SÃO CEGOS E SURDOS |
Não deixa de ser cansativo e desanimador testemunhar o quanto nossa civilização tem sido particularmente fechada à realidade dos ensinamentos e exemplos Bíblicos: estamos construindo a sociedade e construímos nossa vida privada, nossos valores morais, nossas escolhas, do nosso modo. Reunimos e escutamos os especialistas: economistas, antropólogos, sociólogos, sexólogos, psicólogos... Os gurus são os economistas e psicólogos, são os livros de autoajuda... Somos uma geração de surdos! Desde quando caimos na armadilha de pensar que o homem somente é homem livre, maduro, feliz, se cometer o despautério de estirpar Deus no seu coração e, sobretudo, no coração da sociedade. Por isso, tornamo-nos propositalmente surdos à voz do Senhor. Se somos surdos, também não podemos falar com clareza, pois a surdez produz a mudez: nossas ideias são insensíveis, nossos debates, nossas palavras, não chegam ao essencial da vida, do sentido da existência, não podemos proclamar de verdade a alegria da salvação, da plenitude de quem sabe de onde vem e para onde vai. A comunicação se torna oca, alienada e alienante. Basta observar o que os meios de comunicação veiculam, a feiura das novelas, a superficialidade e o grotesco das músicas! É significativo que em sua trajetória terrestre, Jesus cura primeiro a surdez e, depois, a gagueira de um surdo-gago. Quando aquele lá puder ouvir o Senhor, tornando-se discípulo pela fé, também poderá falar, proclamar a ação de Deus em Jesus: do Deus que salva e nos mostra o sentido da Vida, abrindo-nos à esperança eterna! Quem quiser, experimente levar Deus a sério; prove viver como se, de fato, Ele existisse – e Ele existe! Faça o propósito de orientar a existência numa livre, generosa e criativa parceria com o Infinito que vem a nós como amor que Se dá, que nos interpela e nos chama a Si... Abriríamos os ouvidos do coração para a voz do Senhor, compreenderíamos a vida de um modo novo e seríamos para o mundo uma palavra cheia de sentido, palavra com gosto de eternidade... Mas, para isso, é preciso arriscar sair de si e tornar-se parceiro desse Outro que nos fala e nos destrava o falar...
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