O Brasil é um paraíso para a corja de bandidos do colarinho branco |
O ex-presidente da Petrobras,
citado em investigações sobre desvios na estatal, José Sérgio Gabrielli,
afirmou na terça-feira (20), que o volume de recursos relacionados a corrupção
são “muito pequenos” diante do tamanho da companhia. As informações foram
publicadas pelo jornal Estadão. Em entrevista concedida ao programa
Contraponto, do Sindicato dos Bancários, ligado à Central Única dos
Trabalhadores (CUT), o executivo classificou a CPI da Petrobras como um
“espetáculo onde a pergunta é mais importante que a resposta” e afirmou que a
Operação Lava Jato provoca um “pequeno problema de reputação” para a empresa.
Para Gabrielli, a paralisia na empresa, em função da queda na cotação
internacional de petróleo, “pode ser a diferença entre (o PIB) crescer e não
crescer”. “Quando você olha os casos confessados pelos corruptos, os números
são muito pequenos em relação à Petrobras. Temos um gerente executivo confesso,
um diretor corrupto confesso, dois outros que negam as acusações. São quatro ou
cinco pessoas de alto nível da companhia em uma estrutura altamente complexa.
São 55 mil contratos geridos por 3 mil gerentes coordenadores de despesas, com
diferentes níveis de alçada. Projetos que chegam a diretoria acima de US$ 25 milhões
– abaixo, nem chega”, afirmou Gabrielli. Na entrevista veiculada nesta terça
pela internet, o executivo comparou a empresa a “botequim ou um armazém” onde
“mesmo com o dono sentado no balcão” existem perdas não reconhecidas de 3%
sobre o faturamento. “Os procedimentos internos da companhia foram seguidos, e
o processo de corrupção ocorreu na relação deles (ex-funcionários) com
fornecedores externos. Era impossível que a estrutura normal da companhia
percebesse esses problemas. Na vida real, era quase impossível saber”,
ponderou. Sem ser citado no relatório final da CPI da Petrobras, na Câmara,
Gabrielli avaliou que a comissão não investigou com detalhes os contratos da
estatal e se tornou um “espetáculo onde a pergunta é mais importante que a resposta”.
O ex-presidente da Petrobras também avaliou que a Operação Lava Jato causa um
“pequeno problema de reputação” à estatal. “Pequeno é uma condescendência”,
retificou Gabrielli. “Lava Jato cria um grande problema reputacional que,
associado a problema financeiro de curto prazo, cria problema de imagem de
curto prazo. Mas não se pode destruir o valor de longo prazo e o potencial
extraordinário para a companhia e para o Brasil”.
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