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22 de setembro de 2015

OS CAMELÔS SÃO O TERMÔMETRO DA CRISE EM ITABUNA

Quando a crise afeta os camelôs, implica em sufoco generalizado
O real perdeu o valor. Como um cão largado na sarjeta, assiste ao velho conhecido dólar latir mais alto, sem suportar a tremenda enxaqueca da crise econômica, com alta de juros, pressão inflacionária e recessão. Em pouco mais de um ano, a taxa de câmbio caiu pela metade em relação ao primo rico norte-americano. Só nos últimos 40 dias, o dólar saltou quase 10%. A moeda brasileira vai à lona e estremece estruturas de vários setores da economia. Do rico ao pobre, do pãozinho ao carro de luxo, do camelô ao agente de viagens, quem depende da importação sofre os efeitos dessa crise cambial. Na base da pirâmide, os ambulantes do camelódromo da praça Adami, no Centro de Itabuna, amargam prejuízos com a queda de 50% nas vendas de artigos importados, principalmente os chineses e paraguaios. O camelô Mário da Conceição vive um dilema porque o preço das baterias, cabos, pilhas e carregadores praticamente dobraram. “O cliente reclama, eu digo que foi o fornecedor que aumentou o preço, que tenho de repassar para não ficar no prejuízo, mas aí ele não compra”, lamenta. Dançando na corda bamba, ele tira parte do lucro e ainda perde com a redução das vendas. “Antes eu faturava uns quatrocentos reais por semana, agora não chega a metade”

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