A prisão de Dirceu é pouco para a justiça contra a corrupção |
Com a prisão do ex-ministro petista José Dirceu na manhã
da segunda/3, líderes da oposição afirmam que as investigações da Operação Lava
Jato se aproximam cada vez mais do ex-presidente Lula e da presidente Dilma
Rousseff, além do núcleo principal do PT. Para o senador Aloysio Nunes (SP),
vice-líder do PSDB no Senado, os fundamentos usados para a prender José Dirceu
deveriam influenciar, pelo menos, uma investigação contra o ex-presidente Lula
e a presidente Dilma Rousseff. Segundo os investigadores, Dirceu foi um dos
criadores do esquema de corrupção na Petrobras e na estatal a prática do
mensalão – a compra de apoio parlamentar. "Se a justificativa é que Dirceu
contribuiu para formar o esquema da Petrobras, essa mesma se prestaria também,
pelo menos, à abertura de uma investigação contra Lula e Dilma. Ele não montou
isso sozinho. Havia um presidente da República e uma chefe da Casa Civil",
afirmou o tucano. O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), também
comentou a prisão do ex-ministro e sugeriu, em nota, que "falta
pouco" para as investigações começarem a chegar a Lula e Dilma.
"Temos que aplaudir essa nova etapa da Lava Jato, que não se restringe a
intermediários e finalmente começa a chegar aos cabeças pensantes, elaboradores
de todo esse esquema corrupto dentro do Palácio do Planalto alimentado por
'pixulecos'. Falta pouco agora", disse. O líder democrata na Câmara,
Mendonça Filho (PE), acredita que essa fase inaugura o início das investigações
contra o núcleo político do esquema, e que atingirá principalmente o PT.
"O Dirceu foi o grande mentor do projeto de poder do PT e a prisão de hoje
agrava ainda mais o quadro político já delicado do partido." O presidente
do DEM, senador Agripino Maia (RN), afirmou em nota que a prisão de Dirceu
"deixa clara a ligação entre os escândalos do mensalão e do petrolão como
práticas do governo petista".
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