Por roubar bilhões de
vezes menos que o PT, Collor foi cassado
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Apesar
de a empresa de Ângela Maria do Nascimento ter faturado R$ 1,6 milhão da
campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff, o valor recebido pela
empregada doméstica foi R$ 2 mil pelos poucos meses trabalhados para montar
cavaletes de propaganda da então candidata presidencial. A empresa de Ângela,
Mascote Flag, foi alvo na quarta-feira (26) de um pedido do ministro Gilmar
Mendes, vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e relator das
contas de Dilma, para que o Ministério Público investigasse indícios de
irregularidades. O pedido ainda não chegou à Procuradoria. Com base em
informações de um relatório encaminhado ao TSE pela Secretaria da Fazenda
(Sefaz), Mendes suspeita que a empresa seja de fachada porque, segundo ele, não
foram identificados "registros de entrada de materiais, produtos e
serviços" e "destaque de pagamentos de impostos nas notas fiscais
emitidas". A Sefaz identificou que, apesar de a Mascote Flag ter faturado
R$ 1,6 milhão em os serviços de fabricação de banners, bandeiras e faixas para
a campanha petista, a compra dos materiais foi feita pela Embalac Indústria e
Comércio Ltda - o que motivou a desconfiança do TSE. As duas empresas funcionam
lado a lado, na mesma Rua Paraguai, na cidade de Sorocaba, a 100 km de São Paulo.
A Embalac pertence à empresária Juliana Cecília Dini Morello, para quem Ângela
trabalha há 25 anos. Responsável pela abertura da empresa, o contador Carlos
Carmelo Antunes disse que a funcionária tinha ciência da abertura da empresa em
seu nome. Carmelo afirmou que, em agosto do ano passado, foi procurado por
Ângela, acompanhada de Juliana, para iniciar o processo. "Ela assinou
todos os documentos", declarou. Carmelo rechaça a afirmação de que a
Mascote Flag é uma empresa "laranja" e limita a questão a um erro
contábil. "Bastaria que fosse feita uma operação entre as empresas".
Segundo ele, todos os serviços faturados foram prestados. De acordo com o
contador, a Mascote foi criada para faturar os serviços de publicidade durante
a campanha e, assim, evitar que a receita originada pelos serviços prestados à
campanha petista desenquadrasse a empresa da empresária Juliana, a Embalac, do
regime Simples Nacional, cujo limite de imposto é de R$ 3 milhões. A Mascote
ultrapassou esse teto em dois meses de funcionamento. Por Valmar Hupsel Filho e
Mariana Ribeiro.
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