Nunca houve uma quadrilha tão bem organizada como o PT no mundo |
A impopularíssima Dilma Rousseff
tem uma oportunidade nas mãos após Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente da
Câmara dos Deputados, começar um processo de implosão por narcisismo. Ela pode
fazer uma ampla reforma ministerial na tentativa de chacoalhar o governo e sair
do lamaçal de impopularidade em que se encontra. De acordo com estudo dos
cientistas políticos Marcelo Camerlo e Aníbal Pérez-Liñan, presidentes com
baixo apoio popular tendem a realizar reformas ministeriais “uniformes” –
trocando tanto ministros partidários quanto ministros “técnicos”. Será este o
caso de Dilma? Caso ela esteja seriamente comprometida a combater corrupção –
frase que soa risível –, poderia fazer uma reforma ministerial diferente, mesmo
sob impopularidade recorde. Poderia começar demitindo 17 de seus 38 ministros,
pois eles são acusados de atos corruptos. É um número chocante: trata-se de 44%
dos políticos mais próximos à presidente. Cito três casos emblemáticos. O
ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini (PT), tem longa história com atos
corruptos. Em 2010, a repórter Laura Diniz escreveu que dirigentes da
Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo lesaram milhares de
associados, para montar um esquema de desvio de dinheiro que abasteceu a
campanha de Lula em 2002 e encheu os bolsos de dirigentes do PT. Berzoini era
um dos dirigentes do Bancoop. Ao menos 31 milhões de reais foram sacados na
boca do caixa, de acordo com a reportagem, baseada em investigação do
Ministério Público. Dentro desse esquema, Berzoini, à época Ministro do
Trabalho, foi acusado de prejudicar fundos de pensões estatais para ajudar a
cooperativa. Gilberto Kassab (PSD), ministro das Cidades e ex-prefeito de São
Paulo, foi chamado por Dilma para formar uma coalizão, com o PROS de Cid Gomes,
que fizesse frente ao PMDB. Não deu certo. Em seu mandato como prefeito, Kassab
foi acusado de não apurar atos corruptos de fiscais da máfia do Imposto Sobre
Serviços (ISS). Além disso, o líder desta máfia teria dito, de acordo com uma
testemunha, que o ex-prefeito recebeu uma “fortuna” da Controlar, empresa
responsável pela inspeção veicular em São Paulo. Por sua vez, Eduardo Braga
(PMDB), ministro de Minas e Energia, foi acusado de crime eleitoral quando era
governador do Amazonas em 2008. Ele teria enviado 15 policiais militares para
fazer a segurança pessoal de um candidato a prefeito que apoiava. (Quando
governador de Alagoas, Fernando Collor – sempre elle! – foi acusado pelo mesmo
crime. A história completa está no excelente “Instinto de Repórter” de Elvira
Lobato). Dos 13 ministros petistas, 5 são acusados de corrupção. São eles o já
mencionado ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini o ministro da Casa
Civil, Aloizio Mercadante; o ministro da Secretaria de Comunicação Social,
Edinho Silva; o ministro da Saúde, Arthur Chioro e o ministro da Defesa, Jaques
Wagner. 4 ministros do PMDB – de um total de 6 – são acusados de atos
corruptos. São eles o ministro da Secretaria de Portos, Edinho Araújo; o
ministro da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha; o ministro de Minas e
Energia, Eduardo Braga; e o ministro da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho. Espantosamente,
os oito ministros de outros partidos políticos são todos acusados de corrupção.
A lista é: Gilberto Kassab (PSD, Cidades); Aldo Rebelo (PC do B, Ciência e
Tecnologia); Armando Monteiro (PTB, Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior); George Hilton (PRB, Esporte); Gilberto Occhi (PP, Integração
Nacional); Manoel Dias (PDT, Trabalho e Emprego); Antonio Carlos Rodrigues (PR,
Transportes) e Guilherme Afif Domingos (PSD, Secretaria de Micro e Pequena Empresa).
Os 12 ministros restantes – à exceção da ministra da Agricultura Kátia Abreu
(PMDB), não têm filiação partidária nem são investigados por corrupção. Ufa! Por: Sergio Praça.
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