Se todos temos os mesmos direitos por que a cor da pele mudaria isso?
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Os comentários preconceituosos e racistas postados no perfil do Jornal Nacional, da Rede Globo, em relação à jornalista Maria Júlia Coutinho, a "Maju", que apresenta a previsão do tempo, tiveram grande repercussão nas redes sociais e, como sempre ocorre nesses casos, serviram para reacender a discussão sobre o peso do preconceito racial no Brasil. Ofensas diárias contra negros e indígenas, principalmente, e episódios de discriminação questionam a ideia de que existiria uma harmonia racial no País. Verifica-se, na prática, que somos um país cultural e estruturalmente racista. A ideia de uma miscigenação tranquila e fraterna entre brancos, negros e índios sempre serviu para consolidar a opressão racial, uma das bases da manutenção das desigualdades sociais no Brasil. O racismo é crime inafiançável e imprescritível. O crime de racismo consiste em praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A lei considera diversas condutas como crimes de racismo. São exemplos o ato de impedir ou dificultar o acesso de pessoas a serviços, empregos ou lugares, impedir a matrícula em escola, o acesso às forças armadas e, inclusive, obstar por qualquer meio o casamento ou a convivência familiar por razões de preconceito. A violência racista não é apenas verbal. Delegacias também registram a violência física a afrodescendentes. Existe ainda a perseguição religiosa e cultural. Alguns templos de matriz africana, como da umbanda e candomblé, são alvos de depredação e perseguição. O que é mais preocupante é que o Brasil abraça o racismo de uma forma muito cruel e maldosa. Em nosso país, não aconteceu a segregação racial violenta que tomou conta dos Estados Unidos, mas por aqui, a presença do racismo é negada, velada e maquiada apesar de estar presente de forma constante no meio social. Nos últimos anos, as redes sociais se tornaram um território livre para se destilar todo tipo de preconceito e intolerância. Como declarou há pouco o sempre acomedido escritor e professor, Rilvan Santana, as redes sociais deram voz a uma legião de imbecis. Palavras duras, mas, pelo jeito, verdadeiras.
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