Com a Emasa é sem água e com rus esburacadas e sem esgotamento |
As cidades não estão preparadas para chuvas intensas. Itabuna tinha menos de 70.000 mil habitantes quando nasce, em 1961, hoje tem mais de 220 mil. Pelos meus cálculos, teremos quase um milhão de pessoas em 2061, ano do meu centenário. Os pedreiros de Itabuna foram projetados para se construir casas; era o que se fazia na época. Os prédios foram erguidos quando as pessoas começaram a desejar morar mais perto do centro da cidade, do comércio, do trabalho. O empresário viu uma oportunidade de montar um negócio lucrativo, foi então que surgiram as empresas para construir os edifícios. Com a demolição de duas ou três casas se ergue um prédio com 10 andares. No local onde moravam duas famílias vão residir quarenta. Quando chove, as ruas recebem as águas que escorrem pelo meio-fio até as galerias que vão aumentando de diâmetro à medida que se juntam mais contribuições até chegar ao destino final: um córrego, o canal, o rio cachoeira. Para se calcular a quantidade de água que escorre numa galeria usa-se a seguinte equação: o percentual da água que não se infiltra vezes a intensidade da chuva multiplicada pela área da bacia de contribuição. Ainda se considera se é área residencial ou comercial, se o tráfego é local ou um corredor de transporte. São fórmulas e mais fórmulas até se chegar à seção da galeria que deverá ser implantada naquela rua ou avenida. Voltando a Itabuna, a exemplo da maioria das cidades do Brasil, suas áreas urbanas mais antigas tiveram as galerias implantadas há mais de 30 ou 40 anos. Seu sistema de drenagem pluvial obedeceu a um critério de cálculo onde essas galerias hoje são consideradas subdimensionadas devido à total impermeabilização dos terrenos. Esse fator não foi previsto na época. Outro fato é que as galerias implantadas foram construídas com tubos circulares de concreto que têm vida útil de 15 anos. Essas galerias estão com prazo vencido pelo desgaste e diâmetros inferiores ao necessário à captação das águas. Quando a chuva é intensa, mesmo a galeria ainda funcionando a rua fica com a água acumulada. Depois de 10 a 15 minutos é que a água escoa e tudo volta ao normal. Itabuna precisa de um grande projeto para recuperação de seu sistema de drenagem pluvial. Esta caduca também a rede de água potável e a de esgotamento sanitário. Vão ser necessários grandes investimentos em infraestrutura. A Emasa sozinha não tem condições de arcar com os recursos necessários. O governo do Estado precisa ajudar, porque, no final das contas, nossa cidade é a maior do sul da Bahia. Creio ter me feito entender.
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