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27 de junho de 2015

NÃO SABEMOS COMO LIDAR COM O CRIME

Segurança Pública na Bahia parece uma piada macabra e moribunda
Dia desses, estava eu em casa, ouvindo na rádio uma discussão sobre as causas da criminalidade, quando um ouvinte alegou que a causa principal era a degradação da família. O radialista do programa, porém, imediatamente interpelou: "Nos países desenvolvidos as taxas de divórcio são até maiores que no Brasil e a criminalidade é muito mais baixa". Muitas de nossas ideias, se examinadas em pormenor, revelarão esses paradoxos, e essa destruição das certezas faz bem para nossa mente. Façamos um exercício. Quantos de nós não acreditamos na premissa de que não adianta combater o crime com polícia. Ficar prendendo um monte de jovens pobres seria enxugar gelo, já que logo surgem outros tantos, as prisões estão lotadas e a coisa não melhora. Mas quantos que assim pensam também são, ao mesmo tempo, contra a legalização das drogas? Ficar prendendo um monte de traficantes, sendo que logo em seguida alguém toma seu lugar e o entorpecente continua a ser vendido do mesmo jeito, não é enxugar gelo? É um gelo que vem sendo enxugado há mais de 80 anos, e mesmo assim, fica a cada dia mais molhado. Quantos de nós não acreditamos que a maconha deve ser proibida porque vicia, faz mal e provoca criminalidade, mas ao mesmo tempo não defende a proibição do álcool, que provoca dependência, criminalidade e mortes em número milhares de vezes superior? São paradoxos cujos conceitos nunca são convergentes e que dificultam um consenso sobre como lidar para enfrentar o crime.

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