Os Correios deixaram de arrecadar em 2014 R$ 482 milhões porque o governo
federal impediu a estatal de reajustar os preços dos seus serviços
monopolistas, como cartas e telegramas. A empresa foi vítima de uma intervenção
parecida com a que provocou prejuízos à Petrobras com o controle dos preços dos
combustíveis. Os Correios só não tiveram o primeiro prejuízo em décadas no ano
passado graças a uma manobra contábil que tirou das contas o provisionamento de
R$ 1,08 bilhão de uma dívida reivindicada na Justiça pelo Postalis, o combalido
fundo de pensão dos funcionários que hoje cobra até de aposentados contribuição
extra para cobrir um déficit de R$ 5,6 bilhões. Depois de ter sido o estopim do
mensalão com o flagrante do diretor Maurício Marinho (indicado do PTB)
recebendo propina, outro caso nascente nos Correios abalou o PT. Em setembro de
2010, a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, pediu demissão para poupar a
campanha presidencial da ex-chefe, Dilma Rousseff, depois que um diretor dos
Correios foi acusado de tráfico de influência em favor de negócios envolvendo
filhos dela. Em dezembro de 2014, o número de reclamações de extravio e atrasos
de encomendas dos Correios ultrapassou, pela primeira vez, 1 milhão em um mês.
A ECT argumenta que esse número representa menos de 0,1% dos 36 milhões de
volumes (incluindo cartas) que entrega diariamente. Dados de relatório interno
que considera apenas encomendas registradas mostram que as queixas quase
dobraram em um ano: de 296 mil na primeira quinzena de maio de 2014 foram para
596 mil no início deste mês.
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