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19 de março de 2015

DE CID A CUNHA, NÃO HÁ NADA QUE SE SUPUNHA


BRIGA DE MAIS DE 300 PICARETAS NO CONGRESSO
A política atual no Brasil está à deriva. Sem conjectura e muitos se aventuram à condição de salvadores da pátria, ou filhos da culta santa inquisição. Ninguém viu, ouviu, ou soube de nada, mas o dinheiro sumiu. Há um profundo vazio no poder político no Brasil. Mas os espetáculos protagonizados por Eduardo Cunha, na segunda-feira, e El Cid Gomes, ontem, mostram que ambos tiveram – e têm – a percepção de que governo e oposição estão hoje no mesmo barco, naufragando no despautério da falta de credibilidade ampla, geral e irrestrita. Pode parecer puro voluntarismo dos dois personagens, em ações de bravata e falso heroísmo, mas em tempos de tamanha miséria de lideranças no campo político, podem ser vários os candidatos a preencher o tal vazio. Há, sim, ambiente para que se criem aventureiros de todos os gostos e desgostos. El Cid Gomes, ontem, não perpetrou um suicídio político público. Vejo-o, ao contrário, como quem não se sentia bem onde estava – o governo – e rumou para algum lugar qualquer: primeiro o purgatório; em seguida, sabe-se lá. Enfrentar as feras no território delas, em tese, levou-o ao “desterro”, como o El Cid histórico. Mas desconfio que ele buscou o destino que alcançou. Quantos ainda surgirão da fraqueza de Dilma e entorno e da desmoralização da oposição (ocasional ou não)? O picadeiro mantém as luzes acesas.

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