A contravenção banca o carnaval no Rio de Janeiro |
Intérprete da escola de Samba Beija-Flor e um dos
sambistas mais famosos do País, Neguinho da Beija-Flor afirmou que o dinheiro
sujo organizou o Carnaval do Rio de Janeiro. A declaração foi dada ao vivo, por
telefone, na manhã desta quinta-feira à Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, do Grupo
RBS. "Se não fosse a contravenção meter a mão no bolso, organizar,
estaríamos ainda naquele negócio de arquibancada caindo, desfile terminando
duas horas da tarde, cada escola desfilando duas, três horas e a hora que quer.
E a coisa se organizou", afirmou. Em seguida, falou em tom irônico:
"Se hoje temos o maior espetáculo audiovisual do planeta, agradeça à
contravenção". O cantor foi questionado sobre a polêmica que envolveu o
título da Beija-Flor este ano, de que, ao comemorar a cultura africana,
homenageou Guiné Equatorial, país que vive em uma ditadura há 35 anos. Neguinho
minimizou o fato, dizendo que a Europa tem histórico de exploração de negros,
mas que comumente é celebrada nos desfiles. Sobre o fato de que a Beija-Flor
teria recebido um patrocínio de R$ 10 milhões do governo do ditador Teodoro
Obiang, Neguinho declarou não ter conhecimento, mas disparou: "Deixa
falar. Deu mídia. Deixa falar". Neguinho foi questionado em seguida sobre
a contribuição de contraventores, como milicianos, donos de bancas do bicho e
até de traficantes às escolas. Nesse momento, disse: "Se não fosse
dinheiro da contravenção, hoje não teríamos o maior espetáculo audiovisual do
planeta.
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