A Justiça Federal em Mato Grosso pediu ao Supremo Tribunal
Federal (STF) que investigue o ministro da Agricultura, Neri Geller (PMDB), por
suposto envolvimento em esquema de grilagem de terras da União destinadas à
reforma agrária. Conforme as investigações da Operação Terra Prometida,
deflagrada ontem, Neri e dois de seus irmãos, que estão presos desde quinta em
Cuiabá, integram o chamado "Grupo Geller", que possuiria mais de 15
lotes no assentamento Itanhangá/Tapurah, obtidos de forma irregular. Esses
terrenos estariam sendo ocupados e revendidos pelos envolvidos. "Essa
família Geller possui mais de 15 lotes dentro do assentamento. Por isso, Neri
Geller, na condição de ministro da Agricultura, tem se empenhado tanto em
pressionar o superintendente do Incra (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária), através do presidente do Incra de
Brasília", disse uma das testemunhas do caso, conforme transcrição da
Justiça. Em despacho de 27 de agosto deste ano, o juiz Fábio Henrique Rodrigues
de Moraes Fiorenza declina da competência de julgar o caso em relação a Neri.
No documento, ele cita o depoimento de várias testemunhas, que apontaram o envolvimento
do ministro no esquema. Ministros de Estado têm foro privilegiado e, por isso,
só podem ser investigados com autorização do Supremo. Segundo as denúncias,
Neri e familiares seriam donos de vários lotes no assentamento. A ocupação foi
confirmada por laudos do Incra. Dois terrenos teriam sido vendidos pelo próprio
ministro a um fazendeiro para financiar sua campanha a deputado federal em
2010. Dois irmãos de Neri, Odair e Milton, estão presos desde a noite de ontem
por envolvimento no esquema. O Ministério da Agricultura informou que Neri só
vai se pronunciar depois de notificado pelo Supremo. Por Fábio Fabrini e
Nivaldo Souza.
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