O desencanto do
eleitor com o processo de escolha de seus políticos é, ao mesmo, um dos
problemas reconhecidos por juristas e pela própria Justiça Eleitoral, e a causa
de um outro: o baixo comparecimento às urnas. No Brasil, o voto é obrigatório.
Mesmo assim, os índices de abstenção, proporcionalmente, são maiores que o de
países em que votar é facultativo. Ou seja: fica à escolha de cada cidadão. E
além do impacto disso para a cidadania, a abstenção dá prejuízo aos cofres
públicos, de onde saem os recursos que vão custear a realização de cada pleito: do carregamento à
distribuição das urnas eletrônicas, do treinamento, deslocamento e alimentação,
a todo o processo jurídico para que se conheça os eleitos e para que sejam
diplomados. Dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2010,
R$ 195,2 milhões foram gastos com eleitores que não foram às urnas. No entanto,
na própria divulgação, o tribunal não menciona de que maneira seria computado o
prejuízo; o que leva à conclusão de que seria o valor orçado para processamento
de votos do total do eleitorado brasileiro. Mas, somente no segundo turno, 29
milhões de eleitores deixaram de votar. Naquele
ano, havia em todo o País cerca de 135 milhões de eleitores. Somando os dois
turnos, 34 milhões se abstiveram. Ou seja: seria algo como alguém
promover um evento, dar uma festa, calcular o número de convidados e fazer as
compras prevendo esse total. Mas ao final receber quantidade bem menor de
convivas. Ainda de acordo com a pesquisa do TSE,
nas últimas eleições gerais (para presidente, senador, governador, deputados
federais e estaduais), o prejuízo no primeiro turno foi de R$ 89,3 milhões e,
de R$ 105,9 milhões, no segundo.
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