O Brasil
sempre foi um país desigual. Há muito se fala da realidade excludente das
universidades públicas, que abrigam gratuitamente os estudantes ricos e
empurram os pobres para as faculdades particulares. Mais recentemente, vem se
prestando cada vez mais atenção a outro tipo de desigualdade, a regional. O
mais novo resultado de uma pesquisa que li ontem, confirma a enorme disparidade
na qualidade do ensino entre as regiões. Enquanto os alunos do Sul e do Sudeste
se aproximam lentamente da nota média dos países europeus, os alunos do Norte e
do Nordeste têm desempenho similar aos mais pobres países africanos. O Enem,
apesar de concebido com a melhor das intensões, veio a piorar ainda mais essa
realidade. Os alunos nordestinos simplesmente não têm como competir com alunos
sulistas e suas escolas de mensalidades astronômicas. Os cursos mais
concorridos da Ufba mostram bem isso. Notadamente na Medicina, praticamente não
se vê mais baianos. Só mudaremos o estado quando colocarmos nas posições de
liderança as mentes mais preparadas e os cidadãos mais honestos. Já está
calejada a certeza de que políticos e governantes não querem o povo instruído,
educado e politizado. Assimfica mais fácil manipulá-lo e manter tudo sob o
julgo de quem manda e desmanda. Prova deste fato, é Itabuna está há mais de
oito anos sem construção de umasó sala de aula no ensino público.
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