Há
50 anos, os dias finais do mês de março foram de intensa tensão política, pois
a ofensiva contra o governo era enorme, com as articulações golpistas
praticamente sendo costuradas a céu aberto. Num cenário de ebulição social, as
forças que apoiavam o então presidente João Goulart foram se deixando isolar.
Precisamente no dia 30 de março de 1964, é realizada uma reunião com o
presidente da República, que discursou em defesa do programa de reformas e
pedindo o apoio das forças armadas. Dois dias depois, em 1º de abril, os
militares deslocaram-se, subvertendo a ordem constituída. Certamente, nada que
João Goulart e seus aliados tentassem fazer naqueles dias finais de março viria
a paralisar o movimento golpista, pois não haviam sido capazes, antes, de
reverter o isolamento no qual foram sendo conduzidos. O estudo desapaixonado
daqueles idos de março fornece importantes ensinamentos para a atividade
política em todos os tempos, mesmo que alguns dos condicionantes essenciais da
conjuntura de então não mais existam hoje, pelo menos na forma como se
apresentavam há meio século, como a Guerra Fria (em termos globais) e os
resquícios do tenentismo (na esfera nacional). Nos dias em curso, fala-se no
retorno da Guerra Fria, mas, mesmo que tal visão tenha suas razões, a
correlação de forças em 2014 é bem distinta de 1964, pois o fim da URSS
restringiu as disputas por território a restritas áreas do finado mundo
soviético, como parcelas do Leste Europeu. Outras tantas questões presentes há
50 anos, porém, afloram no cenário contemporâneo, como a ação política
ostensiva da chamada “grande mídia” encastelada no eixo Rio/São Paulo em busca
de arranjos voltados a puxar o tapete de Dilma, como o favoritismo escancarado
de nomes como Brizola, Juscelino Kubitschek e o próprio Jango. Estar à frente
nas pesquisas não basta para assegurar a democracia, eis uma das lições.
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