Por cada assento, nada menos que R$ 11.172,40. Esse é o custo médio de cada lugar nos 12 estádios construídos ou reformados para a realização da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. O tamanho do investimento só ganha corpo quando comparado com o que foi investido nas duas edições anteriores do Mundial. Na África do Sul, em 2010, e na Alemanha, em 2006, os respectivos comitês organizadores gastaram quase a metade do que foi gasto por aqui. Baseado nos dados fornecidos pelo site Portal da Transparência, do governo federal, é possível se ter uma ideia de como se torrou dinheiro com estádios no Brasil. O novo Mané Garrincha é um dos palcos da Copa que foram bancados 100% com verba pública, e também o mais caro. Cada assento do total de 68.009 lugares disponíveis custou R$ 17.429,79. Na África do Sul, para se ter uma ideia, o gasto médio com cada assento nos estádios ficou em R$ 6.941,14. - Um dos fatores que explica o alto gasto é a megalomania de alguns estados. No Maracanã, que custou mais de um R$ 1 bilhão, você ainda tem a justificativa de que será o palco da cerimônia de abertura e encerramento. Já no caso do estádio de Brasília, não tem desculpa, é o maior absurdo que já existiu em um grande evento esportivo - criticou o consultor de gestão esportiva Amir Somoggi. O investimento vultuoso promete agradar aos olhos durante a disputa do Mundial, com estádios modernos e um conforto que o torcedor brasileiro não está acostumado a ver. Mas o que aguarda algumas das 12 sedes do Mundial no Brasil é nebuloso. Algumas das obras com custo de assentos mais caro são justamente os localizados onde o futebol é menos desenvolvido. São os casos da Arena Amazônia (R$ 15.799,78), da Arena Pantanal (R$ 13.268,01), e o próprio Mané Garrincha. Todos eles uma fortuna se comparado com o que foi gasto na Alemanha: R$ 6.619,41. - Uma questão tão ou mais importante é saber o que será feito dessas instalações depois, qual será o uso. Mesmo se fossem construídos por um preço menor, ainda assim tem de saber se valerá o investimento, porque depois da Copa, provavelmente ficarão ociosos - frisou Maurício Canedo, economista da FGV.
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