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7 de fevereiro de 2014

CÉSAR BORGES E O “SAMBA DO CRIOLO-DOIDO”!

Um colunista de política local disse, outro dia, que pregar ideologias no momento atual da vida pública brasileira, é como “jogar pérolas aos porcos”. Faz sentido, principalmente porque o perfil do político em vigência enquandra-se na lei de murici: É cada um por si e o Diabo por todos. Em sentido positivo, ideologia significa qualquer sistema de ideias e normas que orienta a maneira de pensar e de agir das pessoas. Aponta para ideias e maneira de refletir que caracterizam um grupo particular, bem como os ideais que guiam a conduta desse grupo. Em política, ideologia visa o bem comum. A política partidária brasileira é o protótipo da política sem idealismo em cujas entranhas ou bastidores, os padrões éticos representados na virtude da sabedoria, da coragem, da moderação e da justiça, não estão presentes. À primeira vista, pode parecer leviana essa afirmação, contudo basta uma simples olhadela nos noticiários da mídia geral ou fazer um exercício de memória a partir dos últimos acontecimentos, da última década, envolvendo ações políticas por grande parte de quem vive no “meio”, para constatar a veracidade dessa premissa. A política em vigência está na contramão da ética, sim. Parece que a classe política (ou seria categoria?) reza pelo mesmo manual de tirania que ensina a fazer tudo o que for necessário, independentemente de valores morais, para alcançar e conservar o poder, concebido como um fim em si mesmo. Alias essa premissa de alcançar e conservar o poder a qualquer preço é o que mais me entristece, na condição de cidadão comum, no atual momento político brasileiro. Política sem idealismo, em sentido comum, é ainda aquela sem engajamento e dedicação a uma causa nobre. Assim, nos dias atuais, neste ou em qualquer outro governo do passado, vislumbrar uma política embasada em ideais é uma verdadeira utopia, para não dizer de elevado conceito abstrato, isto é: impossível à luz da experiência humana, porquanto política e ética, que deveriam andar lado a lado, estão trilhando caminhos distintos, não tem nada a ver uma com a outra. Utopismo, na sua significação mais usual, refere-se à indiferênça quanto à possibilidade de suas propostas que caracteriza os idealizadores de utopias ou sociedades ideais. É notória a ausência, não só de idealismo, mas também de ideologia nos partidos políticos que estão à frente do poder instituído. É uma verdadeira miscelânea “ideológica” revelando um caráter no mínimo vergonhoso, porquanto o que tem a ver em termos ideológicos, por exemplo, o PT com o PR. Ninguém esquecerá a declaração de César Borges (PR), de que “água e óleo não se misturam”, ao insinuar a incompatibilidade entre seu partido e o PT. Dá para entender, leitor, os homens do poder partidário? Cadê a ideologia partidária? Por exemplo: alguém sabe onde se escondeu a esquerda brasileira? Ainda está viva? Se bem que a ideologia, hoje, dos partidos políticos, é a ideologia do status quo econômico financeiro, cuja principal bandeira é como diziam os antigos, o poder de barganha. Tal incoerência partidário nos faz lembrar uma máxima folclórica, que fala do “samba do crioulo doido.”

Um comentário:

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