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24 de dezembro de 2013

DILMA CRESCE NA CORCUNDA DE VANE E DEMAIS PREFEITOS

A popularidade de Dilma Rousseff é maior do que a média dos governadores, e mais alta do que a dos prefeitos. Isto é um fato! Não é uma mera questão de competência. Se é nas cidades que os problemas se materializam, as prefeituras são o elo mais fraco da gestão pública: têm menos recursos e menor autonomia. Tome-se como exemplo a mobilidade urbana. Na última década, o governo federal fez da venda de automóveis uma política de estado. Subsidiou, financiou e esimulou o transporte individual o quanto pode. Mais do que a casa própria, o ícone da ascensão social foi outro: meu carro, minha vida. O status sobre rodas alavancou o consumo, a popularidade presidencial e os congestionamentos. Em apenas dez anos, a frota nacional mais do que dobrou. Itabuna possui hoje as mesmas ruas de 40 anos atrás, mas atualmente deve contar com 40 vezes mais veículos. São 60 mil veículos circulando na cidade. E isso sem contar a frota flutuante que vem dos arredores diariamente. Sem uma só rua a mais. O problema não é só do prefeito itabunense. É de quase todos os governantes das cidades brasileiras. Contra essa inundação rodante, o prefeito é o que menos pode. Ele não controla a produção nem a venda de veículos. Não lacra nem têm poder de polícia para retirar de circulação os carros sem licenciamento ou que não pagam os devidos impostos. Isso caberia aos governadores, mas que vantagem estes levariam em guinchar os veículos de potenciais eleitores? Se o trânsito melhorasse, quem sairia ganhando seria o prefeito. Mesmo que alguém fizesse algo a respeito, para onde levar a frota que circula irregularmente por Itabuna? Seria necessário um estacionamento do tamanho da avenida Azziz Maron para abrigar todos os recolhidos diariamente. Não é acaso que a popularidade do prefeito é menor na periferia. Os eleitores ali são mais críticos porque nesses os problemas são mais complexos e difíceis de solucionar. O prefeito acaba pagando o preço mais alto: seu saldo de popularidade é sempre mais negativo. A fragilidade do prefeito é uma oportunidade, especialmente, para a presidente. Gastos cada vez maiores em programas de alta popularidade nas cidades menores, como Bolsa Família e Luz para Todos, permitiram a Dilma ter um saldo de aprovação três vezes maior no interior do que nas capitais. Nas cidades médias e grandes, o buraco é mais embaixo - mas aí a presidente divide a conta com prefeitos e governadores, e ainda paga menos.

Um comentário:

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