É sempre tudo
muito parecido: uma história que ninguém sabe exatamente de onde saiu passa de
boca em boca e, em questão de horas, se tanto, com os devidos acréscimos e
bordados, vira verdade verdadeira. É o boato, um dos mais assíduos
freqüentadores de conversas, em toda parte e de todo tipo de gente. Costuma
crescer feito bola de neve em situações de tensão e ansiedade. E pode murchar
como um balão furado assim que alguém se dá ao trabalho de conferir o rumor
antes de passá-lo adiante, o que porém raramente acontece. Às vezes, sobrevive
a todas as checagens - e aí vira lenda. Um exemplo clássico que correu Itabuna
à fora, por se referir a uma celebridade foi o da morte hoje do ex-prefeito
Capitão Azevedo, que chegou a manchete em blogs e espalhou-se feito erva
naninha nas redes sociais. O Capitão Azevedo, naturalmente, está vivo da (Zé) silva
- mas nem isso iria convencer os partidários da teoria do passamento do
capitão, como aqueles que acreditam que suas contas reprovadas o deixariam
morto para as próximas eleições. Mas o boateiro não é uma pessoa diferente das
demais ou coisa que o valha. Não há quem, com maior ou menor convicção, não
tenha sido cúmplice da difusão de uma história, geralmente envolvendo gente
famosa, sem ter a menor idéia se era verdadeira ou não. Ou, o que ainda é mais
comum, sem se perguntar se o boato não teria sido plantado de propósito por
alguém interessado em beneficiar-se da circulação da notícia falsa. Passar
adiante um boato, em suma, parece parte da condição humana. Muitos boatos
nascem de um mal-entendido. Alguém tira uma conclusão errada do que vê, lê ou
escuta, confunde um gesto ou uma frase, e pronto - faz brotar uma inverdade
que, levada às últimas conseqüências, pode envenenar a reputação de pessoas
inocentes antes mesmo que fiquem sabendo dos rumores em que caíram. Pois nem
sempre o reino da verdade se restabelece com igual rapidez. Como no episódio da
“morte” do capitão Azevedo, há boatos que resistem, impávidos, aos mais
contundentes golpes da realidade. Mas uma coisa todos eles têm em comum: sua
fonte primária é sempre anônima. Rastrear a origem de um boato é tarefa tanto
mais difícil quanto maior e mais complexo for o ambiente social onde ele
surgiu.
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