A IMPUNIDADE ALIMENTA A CORRUPÇÃO

Os desmandos nas prefeituras do interior baiano grassam como uma epidemia virótica resistente a qualquer antídoto. Impressiona a quantidade de prefeitos afastados, presos, cassados – todos envolvidos em desvios de recursos públicos. Impressiona, não apenas os números, mas a ousadia com que agem. Sabem que existem Tribunal de Contas Estadual, Controladoria Geral da República, Tribunal de Contas da União, Ministério Público, Polícia Federal – mas não estão nem aí. Óbvio que tantas operações da PF sem resultado prático (ninguém na cadeia) funcionam como estimulante, como incentivo, mas as coisas vão acontecendo sem ne n hum limite. Em certas prefeituras, famílias formam quadrilhas e corroem o Erário com a desenvoltura de quem gasta o salário próprio ganho com suor. Para não ter maiores complicações, poderiam rapinar dinheiro do ICMS ou ISS, mas eles metem a mão em verbas federais! Ou seja, desafiam os órgãos federais de controle e a própria Polícia Federal. O que é que essa gente pensa que é? Agora, uma coisa é certa: se não houver punição rigorosa, isso nunca vai mudar. Porque eles enriquecem e o preço que pagam – quando descobertos – é a desmoralização imposta pela mídia. Ora, e quem rouba da saúde, da educação, da assistência social – tem moral? Preocupa-se com desmoralização? Piada. Piada de mal gosto. O mais desolador, entanto, é saber que tudo acaba no terreno da impunidade. E a sociedade, cada dia mais incrédula, fica sem saber até quando a PF vai ter ânimo para denunciar políticos que terminam, sempre, rindo de todo mundo, em liberdade e gastando o que um dia surrupiaram dos cofres ditos públicos.