QUAIS SÃO OS FATORES MAIS IMPORTANTES NAS MANIFESTAÇÕES QUE INVADEM O PAÍS?

Conforme reza o dito popular, “muita calma nesta hora...”. Turbinada pela indispensável cobertura midiática nacional e internacional, a onda de manifestações só tende a crescer. E a radicalizar, descambando para a baderna, conforme ficou claro durante cerco e depredação contra a prefeitura paulistana. No caso de ontem, destaque-se a maturidade da Guarda Municipal do município de São Paulo. Mesmo cercada, provocada e agredida fisicamente, declinou de reagir à altura. Ao recuar e se entrincheirar atrás dos portões da sede da prefeitura, a polícia daquela capital evitou o desastre cometido por seus colegas da Tropa de Choque do governo estadual, quando – reagindo a agressões e provocações físicas – usou de forma indiscriminada as famigeradas balas de borracha. O clima de exasperação é azeitado pelas explícitas tentativas de instigar o movimento das ruas contra siglas adversárias. E nisso a mídia que faz oposição ao governo federal tem feito uma senhora ginástica, obrigando a maioria dos veículos de comunicação sediados no Rio de Janeiro e em São Paulo a mudar, da água para o vinho, suas avaliações e orientações editoriais que, até então, eram de criticar duramente os protestos. Aos líderes desse tsunami de rebeldia, estão colocados desafios tão grandes quanto o número de protestantes que, entusiasmados, transbordam ruas e praças. O primeiro é assegurar um rumo ao movimento, pois é fato que o aumento das passagens de ônibus é coisa pequena frente à grandeza da participação e da amplitude das reivindicações desfraldadas no decorrer dos protestos. O segundo é conter, de alguma forma, o crescimento de suas “tropas de choque” nitidamente engrossadas a cada ato por levas de baderneiros tresloucados. O terceiro é não se deixar levar pelo canto das sereias que querem (abertamente) manipular a mobilização em prol de seus interesses políticos/partidários.