O assunto do
dia é Marco Feliciano. Até pouco tempo, o Brasil não tinha a
menor ideia de quem era esse cidadão deputado federal. De repente, eis que
Feliciano se torna astro na mídia e passa a ser figura constante em TVs,
jornais, rádios e internet. Feliciano, que pertence a um
partido pequeno e com pouca expressão, assumiu um cargo importante, sendo agora
o presidente de uma comissão da Câmara dos Deputados que ninguém dava a menor
bola, mas que agora parece ser a mais importante do mundo. Feliciano faz parte
de um segmento da nossa sociedade que acredita poder reviver, através do
fanatismo, os dogmas da Idade Média, quando a religião cega e autoritária
predominava sobre a luz e a ciência. Seu discurso, que não é dele, mas
de sua igreja e de várias outras, segue a linha do fundamentalismo bíblico em
pleno século 21, passando “verdades” que de há muito tempo foram descartadas por
serem preconceituosas ou simplesmente contrárias às verdadeiras ideias cristãs.
Porém, não adianta discutir com ele ou seus
seguidores, pois de nada vale a sua palavra quando o interlocutor se acredita
ungido por Deus e dono da verdade. Não se pense que estamos diante de uma mera
discussão sobre o que dizem as escrituras sagradas. O confronto real é pelo
poder, pelo controle e imposição de ideias. O comando da Câmara e a maioria dos
líderes partidários estão acovardados. A retirada de
Feliciano poderia tumultuar a Câmara com ações dos deputados pastores, grandes
mobilizações externas e campanhas acusatórias de perseguição religiosa. Aliás, Feliciano afirmou recentemente dispor de 50 milhões de seguidores
ao seu lado. Some a isso um poderoso arsenal financeiro e político e está
pronto o caldo para um conflito que cada vez mais se aproxima de nosso país,
outrora orgulhoso de sua tolerância, com manifestações racistas,
anti-homossexuais e salve-nos Deus mais do que... E isso é
péssimo.
"MEU CARO Val Cabral, O BURACO TÁ MUITO MAIS ABAIXO"
ResponderExcluirO PT impede a renúncia de Marco Feliciano porque não abre mão de seus criminosos na CCJ
Se a imprensa, boa parte dela ao menos, que cobre o caso Marco Feliciano (PSC-SP) estivesse empenhada em reportar os fatos aos que estão do outro lado da tela, em vez de tentar convertê-los ao progressismo, só um título — ou variantes com tal conteúdo — seria possível para deixar claro o que se deu nesta terça na reunião de líderes com o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara: é o que está aí no alto. Sim, foi isto mesmo: o PT impediu a renúncia de Feliciano à presidência da comissão. Ou, se quiserem, o PT mantém Feliciano.
Por quê? O deputado aceitou renunciar à presidência da comissão. Ele só impôs uma condição: que os petistas José Genoino e João Paulo Cunha renunciassem à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). É claro que acho uma boa proposta, até porque ela surgiu primeiro neste blog. E olhem, observei então e observo agora, que Feliciano não é oficialmente um criminoso; os outros dois são. O que é um criminoso? O Houaiss explica: “que ou aquele que infringiu por ação ou omissão o código penal, cometendo crime; delinquente, réu”.