Prefeitura Itabuna

Câmara

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28 de janeiro de 2013

PEDRADAS NA IMAGEM DE UM POVO



Sem medo de errar, pode-se descrever a situação do “apedrejamento da estátua do Jorge Amado”, como um escárnio contra a história e contra a cultura de um povo. Marco do local onde nasceu o renomado escritor itabunense, o monumento foi acertadamente concebido para estender-se no tempo como referência a quem melhor simboliza as artes em Itabuna. Da literatura do Jorge, vieram o cinema, a dança, o teatro, a música e todas as artes transitam perfeitamente em tudo o que foi concebido e inspirado por ele. Não era destinado a ser um ponto convergente de peregrinação turística, embora sua gênese tenha sido eminentemente homenageadora; destina-se a uso múltiplo, além das homenagens, como alusão a um filho pródigo da terra e tudo o mais que pudesse ser apresentado como indicativo de que ali nascerá Jorge Amado. Referências não lhe faltariam. E, melhor, aquele monumento cultural fora encravado, propositalmente, numa das áreas mais antigas de Itabuna e, mais ainda, entre habitações de baixa renda. Hoje, o marco do sublime e universal Jorge Amado está transformado num ponto de diversões de vândalos. Indivíduos cuja insanidade intelectual e menosprezo as letras, devem desconhecer uma só frase da obra literária de quem o deveria se orgulhar de ser conterrâneo. A estátua de Jorge Amado, quase toda perfurada por pedradas em Itabuna, também possui uma quase similar em Salvador, que também foi vítima de ataques de vândalos. Fatos que revelam o quanto essa gente ainda tem que ler, para saber e ter consciência da importância de se preservar a cultura; respeitar as artes e venerar quem melhor soube dignificar sua gente.  

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