Alguém uma vez me
falou, que a pessoa de 40 anos se dopa e fica com a sensação de ter 20. Quando
passa o efeito, parece ter 80 anos. Tudo o quanto é droga neste país está fora
de controle, sobretudo pela omissão do Estado na vigilância das fronteiras, não
é de hoje, pois, que drogas ilícitas degeneram nossos jovens e turbinam
atletas, mesmo aqueles mais bem treinados. Com efeito, cada vez mais gente
consagrada tem sido flagrada, desmoronando toda uma carreira. Às vezes, a pesquisa laboratorial é
meramente formal. É suficiente comparar fotos e ver as metamorfoses físicas e
psíquicas. Além da medonha musculatura, a mandíbula leonina não deixa dúvidas
sobre o uso de anabolizantes. Pensadores,
poetas, músicos, escritores e outros desocupados não estão imunes às tentações
da química. Em tempos de crack e ectasy, o esquizofrenizante ácido conheceu
dias de glória. Sei de gente que consumia cocaína para combater dores de um
câncer. E quem teria sido usuário de anfetaminas sobre pretexto de que havia
pressa para concluir trabalhos. Outro apaixonou-se pelo absinto, bebida
fortíssima, que costuma levar os mais perseverantes ao inferno existencial. É
inevitável. Cedo ou tarde, a droga devasta. No entanto, acerca da influência
dos químicos no desempenho esportivo ou criação intelectual, um advogado do
diabo costuma perguntar: sob efeito das drogas, quantos consumidores conseguem
um pódio olímpico ou elaboram uma teoria psicanalítica?
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