Enfim, entrou em vigor a anunciada redução na
“conta de luz”. Tido como o mais eletrizante pacote de bondades dos últimos
tempos, a determinação se apresenta mais generosa que o esperado com, “no
mínimo, 18% para residências e de até 32% para a indústria”, conforme informou a
presidente Dilma. Sem dúvida, é uma notícia alvissareira. Particularmente, em
termos de sua face empresarial, pois possibilita uma importante desoneração num
dos insumos básicos para qualquer atividade fabril: a eletricidade. No tocante
ao consumo doméstico, apesar deste ser, à primeira vista, o mais impactante e
simpático, a medida provoca lá suas interrogações. Afinal, consumir por
consumir gera comércio e não riqueza. E sem geração de riqueza não há o que
partilhar e, mesmo mais baratas, todas as contas ficam mais difíceis de ser
pagas. Outros questionamentos dignos de preocupação dizem respeito aos custos
destas bondades energéticas. Pois luz gratuita só a solar (e olhe lá!). Segundo
os cálculos governamentais, o preço aos cofres públicos corresponde à bolada de
R$ 8,4 bilhões, superando os R$ 3 bilhões anteriormente previstos. Isto deve-se
ao gesto de recusa de adesão ao plano por parte de três das maiores companhias
estaduais de energia, coincidentemente Estados (MG, SP e PR) sob o bico tucano.
Pelas explicações do ministro Lobão, o contribuinte não seria penalizado, pois
a conta seria assumida pelo Tesouro Nacional, usando mão, dentre outras fontes,
de “créditos que tem a receber da usina de Itaipu para bancar o desconto”. É
forçoso reconhecer que tais explicações não respondem com suficiente clareza
numérica às dúvidas suscitadas. Em primeiro lugar, como poder-se dizer, a
título de palavra de ordem, o Tesouro somos nós! Inegável, porém, é o fato de
que a redução no preço desse insumo básico representa um enorme incentivo à
indústria localizada no Brasil. Esse diminuir no custo da eletricidade
fornecida às empresas produz imediata ampliação da competitividade nacional,
algo essencial num reforço à retomada do crescimento econômico.
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