O GOVERNO DE VANE NÃO PODE SER FEUDAL

Há perspectiva de que o governo de Vane do Renascer seja a própria retratação de uma constelação, sem estrela que se destaque, mas com ofuscações inevitáveis. Sem articulações e com intolerâncias às ingerências. Neste universo que se desenha, existirão estrelas que jamais aceitarão interferências e se posicionarão, inevitavelmente, em completo isolamento. Nenhum comunista será condescendente com intromissões advindas de “obreiros” de Edir Macedo. E vice-versa. Mariana Alcântara poderá se transformar num meteorito devastador, se alguém não comparte do PPS, ousar embrear-se na parte que lhe cabe em seu céu de brigadeiro. E quem não quiser congestionar o trânsito de Clodovil, que fique estacionado em seu próprio espaço sideral, pois jamais ele se permitirá deixar de delegar poderes em sua esfera de ação. E de ação em ação, a turma do Bispo Marinho, tentará mostrar que “é de ir mais cedo”, sem consentir apartes de quem quer que não seja da parte do Edir Macedo. Nas jogadas dos desportos, os entrepostos do PV vão preferir fazer gol contra, que se submeterem a divididas e cruzamentos de atacantes estranhos ao seu plantel. E que o dizer dos demais setores, cujos titulares foram arregimentados através de amarrações de coligações que viabilizaram a vitória de Vane? Está tudo dominado e cada partido e liderança detém seus espaços feudais e intangíveis. Se no governo do Capitão Azevedo, a suspeita é de que o comando era exercido através de “pouco cacique, para muitos índios”, com Vane a expectativa é de que aconteça o inverso. E quando muitos mandam e desmandam, o resultado quase sempre é de muita confusão de ideias e diretrizes. Algo parecido com um cego no meio de um tiroteio.