Numa manobra
rasteira, a bancada do governo na Assembleia Legislativa tem colocado em
votação o projeto que fixa os critérios de progressão dos
professores da rede estadual. A APLB, entidade sindical que representa a
categoria, já comunicou à oposição que é contra a proposta, que prejudica os
professores, inclusive retirando direitos adquiridos anteriormente. “É uma
temeridade colocar em pauta esse projeto, que chegou na última quarta-feira à
esta Casa, na calada da noite, em plena segunda-feira, dia em que
tradicionalmente não temos votações. Enfrentamos uma greve de mais de cem dias
dos professores, e, com essa atitude, o governo dá margem para novas
manifestações e mobilizações da categoria. É preciso dialogar mais”, afirmou o
vice-líder da oposição, deputado Bruno Reis (PRP), em discurso e conversas com
a imprensa. O deputado convocou os professores a pressionar os governistas
na sessão de votação que foi marcada para começar às 18h. Representantes da
categoria já começaram a chegar à Assembleia e ocupar o Salão Nobre. Bruno Reis
lembrou que a urgência para a votação do projeto foi aprovada na última
quarta-feira, sem discussão, e que a estratégia do governo é tentar enfraquecer
a assembléia da APLB nesta terça-feira. O parlamentar afirmou que o
projeto institui novos níveis e que os reajustes varias de 6% a 7%. Somente no
nível seis é que o reajuste chega a 14%. E, no sete, não há aumento. “Além
disso, o texto exclui aposentados e profissionais que atuam em outras
secretariais. Além disso, acaba com direitos adquiridos e com reajustes já
aprovados para 2013 e 2014”. “Parece até que o governo não ouviu o recado
das urnas nas últimas eleições. O PT pagou um alto preço por maltratar
categorias como a dos professores e dos policiais. E 2014 vem ai. Não adianta
fazer amplas alianças na base da cooptação, ter grande tempo de TV, porque essa
voz de protesto o PT não cala”, acrescentou Bruno Reis. O deputado disse ainda
que o “governo quer dar com uma mão e tirar com a outra e aplicar um golpe nos
professores”.
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