O advogado Urbano
Nascimento Júnior, de 28 anos, foi executado no final da manhã deste sábado
(10) em um bairro do centro de Rio Real, no nordeste baiano. De acordo com o
sargento Santos, da 6ª Companhia Independente da PM (CIPM), contatado pelo
Bahia Notícias, dois homens em uma moto efetuaram os disparos contra o jurista,
que morreu dentro do carro, no bairro conhecido como Primavera. Agentes da
Polícia Civil realizam perícia no local. No dia 14 de janeiro último, Urbano
Junior foi espancado por PMs na porta da delegacia de Rio Real, após ser
acionado por um de seus clientes, detido na época por suspeita de um suposto
delito cometido. Ao chegar à delegacia, o advogado presenciou agressões físicas
praticadas por PMs contra seu cliente. O advogado teria tentado cessar as
agressões, mas subitamente um dos PMs agrediu também umas das testemunhas de
defesa, o que exigiu nova intervenção do jurista, que acabou sendo retirado à
força da unidade policial por seis PMs, que o agrediram física e verbalmente.
Na ação, Urbano Júnior chegou a ficar desacordado e precisou ser levado ao
Hospital Municipal de Rio Real. No dia seguinte, ele submeteu-se a exame de corpo
de delito. A Ordem dos Advogados do Brasil, seção Bahia (OAB-BA), enviou na
época ao governador Jaques Wagner, ao secretário estadual de
Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa, e ao Comandante-Geral da Polícia
Militar, coronel Alfredo Castro, um pedido de providências "necessárias e
urgentes" para punir os militares que teriam "desrespeitado o
exercício profissional da advocacia". Segundo familiares da vítima,
ouvidas pelo site, um dos PMs agressores teria sido desligado da Corporação
nesta sexta (9), após ser condenado pela má conduta. Procurada, a assessoria da
PM não confirmou o desligamento do militar, mas garantiu que prestaria
esclarecimentos sobre o assunto. O crime chocou a população, já que o advogado
era bastante conhecido na cidade por atuar nas camadas mais pobres do município.
(David Mendes).
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