A bancada de oposição
na Assembleia Legislativa vai votar contra a proposta do Executivo de criação
da Agência Reguladora de Saneamento Básico da Bahia (Agersa). Vice-líder da
minoria na Casa, o deputado Bruno Reis (PRP), que pediu vistas do projeto na
semana passada, explicou que, sem o acolhimento das emendas da oposição que
blindavam politicamente a entidade reguladora, a Agersa, cuja votação está na
pauta de hoje (13), “deixará de ser uma agência de estado para se tornar em um
órgão do governo visando o apadrinhamento político de aliados”. “Em tese, a
criação da Agersa é uma iniciativa importante, sobretudo para frear os abusos
da Embasa, que nos últimos anos aplicou reajustes extorsivos que variaram de
R$120% a 210%, obrigando o consumidor a pagar a conta pela universalização dos
serviços de abastecimento. Só que o projeto do governo prevê que os cargos sejam
indicados pelo governo. Ou seja, a agência não terá autonomia nem força para
exercer suas atribuições”, afirmou Bruno Reis. A oposição apresentou
emenda determinando que as indicações para a Agersa passem pelo crivo da
Assembleia e tenham mandato com tempo estabelecido, nos moldes das agências
federais. “Como essa agência vai ter autonomia para cobrar da Embasa se o
governo terá o poder de demitir na hora que quiser quem vai fazer a
fiscalização? O que o governo quer é usar a Agersa para acomodar o PR na sua
base de sustentação. Não há o objetivo de se criar de fato um agência
reguladora”, criticou Reis, em discurso. No total, a oposição apresentou seis
emendas ao projeto de lei de criação da Agersa, todas rejeitadas. Uma delas
determinava que a agência só aceitasse reajuste da conta de água com base na
inflação do período. Outra emenda rejeitava impedir o corte da água por falta
de pagamento às sextas-feiras e vésperas de feriado. “Tudo que apresentamos a
favor dos consumidores baianos foi rejeitado pelo governo”.
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