Nada a opor a que trabalhadores, de qualquer categoria, exerçam seu direito de reivindicar melhorias salariais e de condições de trabalho e até cruzar os braços e fazer greve. É do Estado Democrático de Direito. Contudo, é sempre recomendável lembrar que no confronto entre empregados e empregadores há mais alguém que não se pode esquecer: a sociedade, os contribuintes, os consumidores de serviços públicos ou mesmo particulares. Nos últimos meses, o que se tem mais assistido no país foi uma verdadeira maratona de greves tanto nos serviços públicos quanto privados. Algumas, como a dos policiais militares e professores baianos e das universidades públicas federais, que chegou a durar quatro meses. Nesses dias mesmo, mais uma paralisação está ocorrendo, a dos bancários. Nesses confrontos, o que pouco se tem visto, no entanto, é a preocupação com os transtornos e mesmo prejuízos que essas paralisações têm causado à sociedade, nos seus mais diversos segmentos. Mesmo que a sociedade, os contribuintes, no caso dos serviços públicos, é quem os mantém com seus impostos e impostos quase sempre escorchantes. Evidentemente que há um limite neste tipo de movimento e o limite são os direitos da sociedade que não pode ser desprezada e agravada com paralisações intermináveis de serviços essenciais. Até porque o “grevismo” nunca redundou em bons resultados, tanto para os trabalhadores como para os patrões. Os dois perdem e a sociedade mais ainda.
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