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24 de setembro de 2012

ACORDO DEVE BENEFICIAR MASCATES DE EMENDAS, BARRANDO APURAÇÃO SOBRE EMENDAS



O Conselho de Ética da Câmara se reunirá para selar o destino da investigação sobre o esquema de compra de emendas parlamentares na Casa. O clima entre os poucos integrantes favoráveis à apuração é de velório. Mesmo Ricardo Izar Júnior (PSD-SP), que apresentou o voto pedindo a abertura de investigação, já avalia que a medida dificilmente será aprovada. A denúncia, feita pelo GLOBO em junho, envolve os deputados João Carlos Bacelar (PR-BA), Marcos Medrado (PDT-BA) e GERALDO SIMÕES (PT-BA). Há suspeitas de um acordo entre os partidos dos deputados envolvidos para impedir a apuração do caso.Conselho de Ética decide hoje futuro de parlamentares - A gente não está querendo matar ninguém. Aqui não é um tribunal de exceção. Só temos que apurar os fatos. Mas, se a gente nem abrir a investigação, não ouvir as partes envolvidas, isso nunca será apurado - explicou Izar Júnior. ACORDO ENVOLVERIA MENSALÃO. Outros integrantes da comissão justificam, reservadamente, que a proteção aos três deputados faz parte de um acordão envolvendo todos os partidos implicados no mensalão. Segundo eles, como a Câmara pode ser obrigada a votar nos próximos meses pedidos de cassação de caciques de PT, PP e PR - leia-se João Paulo Cunha, Pedro Henry e Valdemar da Costa Neto, respectivamente, réus no julgamento do mensalão -, o arquivamento poderia ser moeda de troca. As suspeitas do acordão aumentaram desde que o petista Sibá Machado (AC) entregou seu relatório sobre Bacelar pedindo que a investigação sequer seja aberta. Em meados de junho, O GLOBO publicou uma série de reportagens revelando a existência de um balcão de emendas no Congresso. A ex-mulher de Bacelar, Isabela Suarez - filha e braço-direito do empreiteiro Carlos Suarez -, afirmou que o deputado comprava emendas de vários colegas. Isabela fez a revelação à irmã do deputado, Lílian Bacelar, que trava com ele uma disputa judicial. - Desse cara do PT, com certeza ele (Bacelar) compra emenda. O nome dele é Geraldo alguma coisa. Federal da Bahia. Se procurar, na hora você vai achar: Geraldo. Com certeza, com certeza. Eles operavam com o filho dele - disse a empresária durante a conversa. O único deputado do PT da Bahia com esse prenome é Geraldo Simões. O nome de Simões figurava também, com o de Medrado, em uma tabela que Bacelar usava para acompanhar o andamento das emendas parlamentares. No dia seguinte à revelação do caso, Medrado admitiu ao GLOBO ter negociado a emenda com Bacelar, mas alegou que a entregou em troca do apoio político de um prefeito do interior baiano. Apesar das denúncias, Sibá Machado, que é correligionário de Simões, pediu em seu relatório que o processo não seja aberto. Ricardo Izar, responsável pela análise do caso de Medrado, discordou e solicitou o aprofundamento do caso. O PSDB pediu vista e por isso o caso voltará à pauta hoje. A última vez em que o Conselho de Ética da Câmara puniu um deputado foi em junho do ano passado, quando cassou o mandato de Jaqueline Roriz (PMN-DF), acusada de ter participado do chamado mensalão do DEM no DF. Mas, depois, no plenário, ela foi absolvida pelos companheiros, com folga de mais de cem votos. (Paulo Celso Pereira).

Um comentário:

  1. ENQUANTO ISSO:

    DILMA BOICOTA E TENTA ACABAR COM A COMISSÃO DE ÉTICA
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    O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Sepúlveda Pertence, pediu demissão do cargo nesta segunda-feira. Comenta-se, que o motivo da saida foi o veto da presidente aos conselheiros que investigaram os ministros Palocci/PT, Lupi/PDT e Pimentel/PT.
    Dilma não gostou das decisões tomadas pelo grupo, que abriu diversos processos contra ministros. Um caso particular que incomodou a presidente foi a decisão do grupo de pedir a demissão do então ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT-RJ).
    O mandato da relatora do processo contra Lupi, Marília Muricy, venceu no último dia 24 de agosto e Dilma decidiu não renovar seu mandato pelo período de três anos. Outro conselheiro que não teve o mandato renovado foi Fábio Coutinho.
    Ele foi relator do procedimento de investigação contra o ex-ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e vinha trabalhando na relatoria do caso de supostas consultorias prestadas pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Fernando Pimentel/PT-MG.

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