Cachoeira / BA - A Polícia Civil na cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, investiga o furto de sete objetos da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, após o arrombamento do cofre do templo religioso tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
De acordo com informações do delegado André de Oliveira Alves, da delegacia de Cachoeira, o cônego Hélio César Leal Vilas Boas, responsável pela igreja há mais de 30 anos, denunciou inicialmente o arrombamento do cofre, no último dia 20 de agosto, mas não havia percebido o furto dos objetos. "O cofre é grande, tem cerca de três metros de cumprimento, e ele só percebeu que algumas peças tinham sido furtadas três dias depois, quando fez uma recontagem de tudo que havia dentro", explicou o delegado.
No dia 23, o cônego retornou à delegacia e relatou que algumas peças sacras, denominadas alfaias, tinham sido furtadas. Os assaltantes levaram um cálice, duas navetas, um resplendor, uma bacia com o gomil, e uma coroa de ouro cravejada com brilhantes, todas do século XVIII e também tombadas pelo Iphan.
A coroa de ouro, que estava sobre a cabeça da imagem do "Deus Menino", pertence à membros da Irmandade de Nossa Senhora d'Ajuda, que tinha a propriedade da imagem há mais de um século. "Eram duas coroas, uma sobre a cabeça do "Deus Menino", e outra maior, que fica sobre a imagem de Nossa Senhora d'Ajuda. Esta última não foi levada", explicou Aldo Santos Figueiredo, proprietário da imagem da santa. Segundo ele, a imagem sacra da irmandade foi guardada no cofre da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário porque considerava o local seguro.
Ainda segundo o delegado responsável pelas investigações, o cônego também identificou, no dia 24, que a caldeira da igreja, utilizada para benzer os fiéis, também havia sido furtada na ocasião do arrombamento. "Não existem câmeras de segurança na igreja e as obras que foram realizadas no local pelo Iphan deixaram o imóvel ainda mais inseguro, facilitando a ação de assaltantes, relatou o delegado André de Oliveira, que agora está preocupado com uma nova atuação dos assaltante contra outros patrimônios da cidade, que também é tombada pelo Iphan.
A igreja estava fechada há dois anos para reforma e só com a retomada das atividades, o cônego Hélio César Leal percebeu o furto dos objetos. O delegado ainda não tem suspeitos e tem pedido que os responsáveis por museus e outras igrejas da cidade busquem medidas preventivas para evitar a ocorrência de novos furtos ao patrimônio histórico.
Direto do site do jornal "Correio da Bahia", acessado em 28 de agosto de 2012.
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