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29 de maio de 2012

GILMAR MENDES DIZ SER ALVO DE 'INTRIGAS' POR PARTE DE LULA

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou nesta terça-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria a "central de divulgação" de intrigas contra ele e que a tentativa de envolver seu nome no esquema do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tem como objetivo "constranger o tribunal" para "melar o julgamento do mensalão". "O objetivo [de ligar seu nome ao de Cachoeira] era melar o julgamento do mensalão. Dizer que o Judiciário está envolvido em uma rede de corrupção. Era isso. Tentaram fazer isso com o Gurgel e estão tentando fazer isso agora", afirmou o ministro, fazendo referência às críticas recebidas pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por ter segurado investigação, em 2009, sobre a relação entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). Mendes diz que, durante um encontro com Lula no escritório do advogado Nelson Jobim, o ex-presidente teria insistido em argumentar que o mensalão não deveria acontecer neste ano. Após ouvir do ministro do Supremo que o julgamento deve, de fato, ser realizado em breve, Lula teria então começado a fazer ilações sobre a possibilidade de Mendes ser investigado na CPI do Cachoeira. Lula divulgou nota ontem dizendo estar "indignado" com a versão, que foi relatada pela revista "Veja" e não é corroborada por Jobim. Nesta terça-feira, Gilmar Mendes diz que desde sempre defendeu a realização do julgamento do mensalão ainda este semestre. "Não era para efeito de condenação. Todos vocês conhecem as minhas posições em matéria penal. Eu tenho combatido aqui o populismo judicial e o populismo penal". "Mas por que eu defendo o julgamento? Porque nós vamos ficar desmoralizados se não o fizermos. Vão sair dois experientes juízes, que participaram do julgamento anterior, virão dois novos, que virão contaminados por uma onda de suspicácia. Por isso, o tribunal tem que julgar neste semestre e por isso essa pressão para que o tribunal não julgue", completou. Visivelmente irritado e com o tom de voz alterado, Mendes diz que foi alvo de "gângsteres", "chantagistas" e "bandidos", que estavam "vazando" informações sobre um encontro que teve com Demóstenes, em Berlim, e que a viagem teria acontecido após Cachoeira disponibilizar um avião ao senador. "Não viajei em jatinho coisa nenhuma. Vamos parar com fofoca. A gente está lidando com gângsters. Vamos deixar claro: estamos lidando com bandidos que ficam plantando essas informações", disse o ministro, que apresentou notas e cópias de suas passagens aéreas emitidas na TAM pelo Supremo Tribunal Federal. Questionado se o ex-presidente Lula estaria entre os tais bandidos e gângsters, Mendes apenas respondeu que ele está "sobreonerado" com a tarefa de adiar o julgamento do mensalão. "Estão exigindo dele uma tarefa de Sísifo [trabalho que se renova incessantemente]", disse. Ele não disse quem seriam "eles" a exigir a tarefa. Mendes afirmou ter dito a Lula que vai a Berlim como o ex-presidente vai a São Bernardo, que frequenta a cidade europeia desde 1979 e que possui atualmente uma filha que vive lá. Segundo o ministro, ele não precisa de "fundo sindical, nem dinheiro de empresa" para viajar. Mendes citou que apenas um livro seu, o "Curso de Direito Constitucional", vendeu mais de 80 mil cópias desde 2007 e que com o dinheiro poderia dar "algumas voltas ao mundo". "Vamos parar de futrica. Não preciso ficar extorquindo van para obter dinheiro. O que é isso. Um pouco mais de respeito", afirmou. O ministro, então, relatou que entre 2010 e 2011 viajou duas vezes para Goiânia em aviões cedidos por Demóstenes Torres, mas que tais fatos são públicos. Segundo Gilmar Mendes, mesmo se, na ocasião de Berlim, o senador goiano tivesse oferecido uma carona, isso não seria um problema. "Eu poderia aceitar tranquilamente. Estava me relacionando com o senador que tinha o mais alto conceito na República. Até pouco tempo nós discutíamos com ele todos os projetos". (Folha).

3 comentários:

  1. “COMO OS ATUAIS CÃES DE GUARDA DA IMPRENSA LULISTA, LADRAVAM PARA A CARAVANA DA DITADURA PASSAR”

    Alguns leitores bem-intencionados têm se mostrado surpresos com a série de revelações. Acreditavam, de bom coração, na sinceridade de Paulo Henrique Amorin, em sua defesa do governo Lula, do governo da Dilma, do governo FHC, … até de gente como o Zé Dirceu, na sua retórica a favor dos pobres e oprimidos. Acreditavam até que PHA nasceu na esquerda. Até que ele agora é líder do movimento negro.
    Aos fatos.
    Muito jovem, quando todos costumam ser de esquerda, PHA já era uma espécie de poodle dos homens de farda. Naquele tempo, a revista Veja não assinava a maior parte das reportagens e, por isso, não é fácil encontrar o nome de PHA em muitas delas. De 70 a 74, foi o editor de economia da revista, segundo atesta o próprio currículo que ele publica em seu site.
    Foi o caso da edição de 26/08/70. Mino Carta escreve na Carta ao Leitor: “O anúncio do Programa de Integração Social [o PIS], o assunto da reportagem de capa daquela edição (página 28, texto final de Paulo Henrique Amorim e Emilio Matsumoto), confirma uma antecipação de Veja.”

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  2. Desta vez, Lula encontrou uma parada dura pela frente. Ele sabe muito bem o que fez. Os ministros que foram alvos de seu assédio — incluindo o corajoso Gilmar Mendes — também. Notem a barbaridade a que se assistiu nesta terça-feira: NINGUÉM MENOS DO QUE UM MINISTRO DO SUPREMO TEVE DE VIR A PÚBLICO, COM RESERVAS AÉREAS NAS MÃOS, PARA PROVAR QUE ERA INOCENTE. Eu escrevo de novo, agora em negrito: um dos 11 brasileiros que integram o tribunal constitucional do país, guardião da máxima de que, nas democracias, é preciso provar culpa, não inocência, viu-se na contingência, para cessar a rede de maledicências e canalhices, de provar que não era culpado. E por quê? Porque a ameaça velada que lhe foi feita pelo próprio Lula prosperou naquela teia financiada por estatais. Pior: até o jornalismo sério, responsável, se deixou contaminar.

    Lula comanda uma escória dedicada hoje a tentar livrar a cara de mensaleiros, a atacar a imprensa independente e a manchar a reputação de pessoas honradas que não se vergam à vontade do partido. Por quê? Porque o Apedeuta, curtido na vigarice da luta de classes vivida como farsa, no caudilhismo cucaracha e no autoritarismo sindical, entende a política como arte da dominação do outro — ou de sua destruição. E saibam os senhores: vagabundos para fazer o trabalho sujo na rede não são exclusividade do Brasil, não! Há congêneres seus hoje na Argentina, na Venezuela, no Equador, na Bolívia… Todos, invariavelmente, sustentados com dinheiro público.

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  3. Não há momento mais propício para discutir a imprensa, quando uma intensa luta política procura desacreditá-la no Brasil, como parte de um amplo movimento para tentar criar um ambiente favorável no Congresso à aprovação de uma legislação de controle social da mídia, como tentam radicais ligados ao governo petista desde que o partido chegou ao poder em 2003 com a eleição de Lula.

    Na América Latina enfrentamos um problema já superado na maioria dos países democráticos: a tentativa de restringir a liberdade de expressão. Espalha-se pela região um movimento de contenção da liberdade de imprensa em diversos países, como Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador, onde televisões, rádios e jornais vão sendo fechados sob os mais variados pretextos, e muitos outros são ameaçados com diversas formas de pressão, sejam financeiras, sejam através de medidas judiciais.

    Lembrei que no Brasil, uma democracia em processo de amadurecimento, somos uma exceção em um continente cada vez mais dominado por governos autoritários ou simples ditaduras.

    Apesar disso, aqui também enfrentamos ameaças à liberdade de expressão. Depois de tentar criar diversos organismos, desde a Agência Nacional de Cinema e Audiovisual — que daria poderes ao governo de interferir na programação da televisão e direcionar o financiamento de filmes, e toda a produção cultural, para temas que estivessem em sintonia com as metas sociais do governo — até o Conselho Nacional de Jornalismo — com a finalidade de controlar o exercício da profissão e poderes para punir, até mesmo com a cassação do registro profissional, os jornalistas que infringissem normas de conduta que seriam definidas pelo próprio Conselho —, esse mesmo grupo político tenta viabilizar mecanismos de controle dos meios de comunicação.
    Só não entendo, como alguns blogueiros miolo mole cairam nessa esparrela montada pelos socialistas de araque com a coordenação de ex-colaboradores da DITADURA, me refiro é claro ao Franklin Martins e ao Paulo Henrique Amorim.

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