Herói da cruzada pela moralidade na época do mensalão, Demóstenes Torres morre hoje de inanição ética, afogado com o Cachoeira. Enquanto isso, Lula corre para o abraço: está “curado” do câncer que ameaçava detonar laringe e voz. Deus, na sua infinita misericórdia, obrou a seu favor, ainda que contando com um leve auxílio do Sírio-Libanês. Mísero detalhe se imaginarmos o bem que esse cidadão fez e fará às pessoas. Afinal, familiares e amigos ainda precisam dos seus préstimos. Igual destino não tiveram o escritor, teatrólogo e cartunista Millôr Fernandes e o humorista Chico Anysio. Tudo bem que as doenças e, sobretudo, as idades pesaram no desfecho. Fernandes tinha quase 90 anos. O cearense Chico viveu até os 80. Na verdade, o humorista, ator e pintor (além de outras habilidades) estava na marca do pênalti há alguns meses. Crítico e engraçado, conseguiu construir, a partir da sua feiura física, perfis inesquecíveis. Com certeza não posava de “ideológico”. Estava mais para o tipo que perdia o amigo, mas não perdia a piada. Já era um nome forte na comédia antes de 1964. Depois do golpe, teve toda uma matéria prima de excepcional qualidade para desenvolver o humor, embora não tenha sido um contestador sistemático. Chico sabia como era difícil a arte que abraçou. Com efeito, fazer rir sempre não deve ser moleza. Nesse aspecto, desempenhou papel importantíssimo, segundo os especialistas, ao resgatar e abrigar no seu programa, creio que ainda no auge da carreira, velhos humoristas em declínio e também novos em ascensão. Fez escola. Soa inútil comparar Millôr a Chico Anysio. Utilizando outras ferramentas, sem dúvidas mais elaboradas e de acesso mais complicado, a linguagem do jornalista era singular. Teatrólogo, tradutor, escritor, poeta, era um intelectual refinado, um crítico atento, sem subterfúgios. Combateu a ditadura, certamente com o mesmo vigor com que se insubordinaria contra outras ditaduras. Seu humor era mais sofisticado, algumas vezes dissimulado. Não sei se fazia tipo ao se confessar machista. Resumiria sua definitiva rendição ao sexo oposto ao afirmar que o movimento feminino que mais o entusiasmava era o dos quadris.
Este fato comprova que só tem bandido na política.
ResponderExcluirJoselito Brito
E o PT hein Val Cabral??!!!..., antes de ser governo, pousava de dono da verdade e da moral, dizia lutar pela justiça social e pela anti-corrupção na coisa publica.
ResponderExcluirVirou governo e se esqueceu de tudo, se tornando um dos maiores nepotistas da historia, levando ao poder inúmeros corruptos e quadrilheiros.
Que pena não é mesmo? Coitados dos eleitores do PT.
Enfim, pessoal isso é Brasil, todos os partidos e políticos brasileiros parecem estar "no mesmo saco" e apanhados de surpresa em situações muito complicadas e excusas.
Será que algum dia sairemos dessa fossa fedida e suja?
Adriano Gonçalves dos Santos