O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, fez na sexta-feira um duro ataque aos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Ele disse que "não há muita coisa se mexendo" e que os organizadores precisavam levar "um chute no traseiro". Valcke afirmou que o tempo está correndo sem que haja um "plano B" disponível. A Fifa disse estar particularmente preocupada com transportes e alojamento, e também com a demorada tramitação pela burocracia brasileira de leis relacionadas à venda de álcool nos estádios. Após vários adiamentos, a Lei Geral da Copa deve ser votada na terça-feira na Comissão Especial criada para analisar este tema. O secretário-geral, que está na Inglaterra para a reunião anual da International Board, entidade que trata das regras do futebol, declarou para os jornalistas: "Não entendo por que as coisas não estão avançando. Os estádios não estão mais no prazo, e por que muitas coisas estão atrasadas? A preocupação é que nada é feito ou preparado para receber muita gente. Lamento dizer que as coisas não estão funcionando no Brasil". Ele afirmou que a Fifa deveria ter recebido documentos assinados em 2007, mas que ainda isso não aconteceu. "Vocês precisam se pressionar, levar um chute no traseiro e fazer a Copa do Mundo." Confirmou que a Copa será mantida no Brasil, mas alertou que os torcedores podem sofrer. "Não há hotéis suficientes", destacou. "Você tem mais do que suficientes em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas se você pensar em Manaus, precisa de mais. Digamos que você em Salvador tenha Inglaterra x Holanda, e você tenha 12% do estádio com torcedores ingleses, e 12 % holandeses, são 24% de 60 mil torcedores. Onde todos eles vão ficar? A cidade é bacana, mas a forma de chegar ao estádio e toda a organização de transporte precisa ser melhorada." A Fifa inicialmente queria concentrar cada equipe em uma determinada região, para minimizar as viagens, mas os organizadores preferem que os jogos sejam espalhados pelo país. Valcke apontou que isso abre exigências extras. "Tomamos a decisão de movimentar os times, e isso implicou que fôssemos criticados. Se você acompanhar um time, terá de voar 8.000 quilômetros. Fizemos isso a pedido do Brasil." Para Valcke, o Brasil parece mais preocupado em ganhar a Copa do que em organizar um bom torneio. "Nossa preocupação é que nada é feito ou preparado para receber tanta gente, porque o mundo quer ir ao Brasil. Essa é a grande diferença entre a África do Sul em 2010 e o Brasil. As pessoas não se preocupam com a segurança, não se preocupam com o clima, é incrível. Na África do Sul era inverno. No Brasil o clima será perfeito. Mas posso dizer a vocês, por outro lado, que a organização não é exatamente assim." Na sua última viagem ao Brasil, em janeiro, Valcke já havia pedido pressa na aprovação das leis para a Copa, porém havia elogiado os estádios. A Fifa manifesta particular preocupação com as restrições para a venda de álcool e com a meia-entrada para estudantes e idosos. Mas agora as preocupações da entidade parecem estar aumentando. "Temos pouco mais de um ano até a Copa das Confederações, e dois anos antes da Copa do Mundo", declarou Valcke. "A prioridade da África do Sul era organizar a Copa do Mundo, em vez de ganhá-la. Parece que tudo o que o Brasil quer é ganhá-la, e isso precisa mudar." Os sul-africanos foram eliminados na primeira fase do Mundial de 2010, torneio vencido pela Espanha.
O que está em atraso mesmo é a capacidade intelectual de fazer estratégia.
ResponderExcluirRicardo Nunes
VERGONHOSO PARA NÓS ISSO.
ResponderExcluirLourival Bastos
Estes jagunços do PT devem morar numa caverna escura com a única tecnologia que dispõe. A língua pra falar besteira.
ResponderExcluirReinaldo Dantas
SE A FIFA FOSSE ADMINISTRADA POR BRASILEIROS ISSO SERIA APENAS UM DETALHE... COMO NÃO É, SURGE ENTÃO ESTES DESAFOROS. BENEDITO
ResponderExcluirAutoridades que acompanham os preparativos para a Copa já falam em organizar os dias de jogos com a estrutura hoje disponível, sem contar com as novas obras.
ResponderExcluirA promessa do governo de entregar nove estádios no final de 2012 também já caiu por terra, com novos atrasos.
Segundo o governo, "obras de infraestrutura estão sujeitas a interferências externas de natureza diversa, de modo que é natural ocorrer alterações no decorrer do processo de implantação".