Ela sempre chega em momento inoportuno. Não a convidamos mas ela comparece, quando e onde bem entende. Ela estabelece o seu calendário de visitas, totalmente aleatório aos nossos olhos mortais. Mas preciso, especialmente concorde com a Lei Divina, em cada detalhe. Somente os que não estejam em equilíbrio mental é que a evocam, desejando-lhe a presença. Todos os demais preferimos deixar para mais tarde, mais tarde... É a morte, essa não desejada presença. Ela dilacera corações plenos de esperança e nos leva a perguntar: Por quê? Por que agora? Por que com minha família? Assim foi com a família Camargos. Na cidade de Natal, no Nordeste brasileiro, no dia doze de janeiro, a pequena Giovanna fazia seis anos. Festa de aniversário. Tudo pronto para a comemoração. Pouco antes das oito horas da noite, a família só aguardava o telefonema do pai da menina, para a comemoração. Ele integrava a missão de paz do exército brasileiro no Haiti. E ele adorava seu trabalho. O único senão eram as saudades da família: a mulher e dois filhos. Seu retorno ao Brasil estava marcado para o dia vinte e oito. E ele dizia para a esposa que ela acabaria ficando enjoada dele, porque passariam o tempo todo juntos. Veio o telefonema, ele falou com Giovanna. E a esposa pediu que ele ficasse um pouco mais na linha para cantar o Parabéns pra você. Mas, de repente, a conexão do Skype caiu. Ela tentou ligar de volta. Sem êxito. A festa continuou. No dia seguinte, o cunhado ligou para saber notícias de Raniel. Está bem, informou Heloísa. Conversamos ontem à noite. Ela não sabia do terremoto e, ao tomar conhecimento, se deu conta que fora a hora em que conversara com seu marido. Na mesma tarde, um telefonema do batalhão onde Raniel servia, confirmou para a família que ele fora uma das vítimas do terremoto no Haiti. Embora a tristeza, Heloísa diria mais tarde: O que me consola é que Raniel morreu fazendo o que sempre quis: ajudar os necessitados e servir ao seu país. Ele morreu como um herói. As palavras da esposa traduzem o sentimento sublimado do amor. Ela sabia que o marido amava o seu trabalho, no exército brasileiro. A saudade é grande. Os filhos perguntam pelo pai e terão que se habituar à sua ausência física. Mas, eles terão a presença do ser amado em suas vidas nas doces lembranças, no telefonema de aniversário, nos sonhos... Para essa família, como para todos os que cremos na Imortalidade, existe a certeza de que o Subtenente Raniel somente abandonou o casulo de carne. Ele prossegue vivendo e amando, na Espiritualidade. Que esse exemplo de serenidade nos possa servir. Preparemo-nos. Quando a morte chegar, de inopino, rompendo nossos mais acalentados planos, pensemos: foi só um adiamento de tudo que planejamos. Logo mais tornaremos a estar juntos. (Momento Espírita, - Por Risomar Lima).
Quanto mais a gente convive com esta realidade, a gente nunca se conforma e nem se acostuma com a morte!
ResponderExcluirSempre choro e sofro quando morre alguém da mimha família.
Jorge Sales
Quero expressar minha total admiração pelas matérias, principalmente no que diz respeito a política, com históricos completos, esclarecedores e envolventes. Realmente vocês são o melhores da internet. Meus parabéns. Elizabeth Sabóia da Silva
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