A corregedora do Conselho Nacional de Justiça, juíza Eliana Calmon, vive seus dias de glória. Ao denunciar os “bandidos de toga” e uma suposta tentativa de reduzir os poderes do CNJ, ela conquistou apoios à esquerda e à direita e está nos jornais e revistas como defensora dos bons costumes e do Estado de Direito. Calmon comprou ainda uma briga com o presidente do Supremo Tribunal Federal, que queria que ela se desculpasse pela crítica generalista ao Poder Judiciário. Calmon, de temperamento forte, não recuou e passou a ser vista, além de moralista, como uma mulher corajosa. Quase acima do bem e do mal. A juíza, no entanto, poderia também fazer uma autocrítica em relação a suas próprias decisões. Ela, que hoje policia todos os tribunais do País, validou em 2007 uma operação da Polícia Federal que, quatro anos depois, não fica de pé. Trata-se da Operação Navalha, que produziu um efeito político imediato: a queda do então ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. Isso porque uma secretária da construtora Gautama foi filmada entrando no Ministério com um envelope pardo e fez-se a avaliação de que, ali, havia R$ 200 mil em espécie. Anos depois, a cena foi periciada por Ricardo Molina, da Unicamp, que constatou que seria impossível haver tal quantidade de recursos no envelope. Apesar disso, a operação não foi revista. Calmon começou a demonstrar insatisfação quando algumas ações da Polícia Federal começaram a ser derrubadas pelo Superior Tribunal de Justiça – entre elas, a Boi Barrica, a Satiagraha e a Castelo de Areia. Talvez porque avaliasse que a Navalha, conduzida por ela, também estaria prestes a ser derrubada. Ao determinar a prisão de 74 pessoas, Calmon se baseou em grampos ilegais, fruto de espionagem privada – eram grampos anteriores à autorização judicial. Dos 74 presos, nenhum foi condenado pela Justiça. Todos estão soltos, em função de provas ilegais ou inconsistentes. CALMON VERSUS PELUSO - Embora tenha vencido a batalha da opinião pública, Calmon não reconstruiu as pontes com o STF. Em entrevista à Folha de S. Paulo deste domingo, o ministro Peluso, presidente da corte, alfineta a juíza, ao afirmar que o CNJ não deveria dar prioridade a casos individuais contra juízes, mas sim fortalecer as corregedorias regionais. Resumindo, Peluso é contra a concessão de superpoderes a uma juíza que, até hoje, não explicou o que realmente aconteceu na Operação Navalha. (Elza Fiuza).
Prezado amigo Val Cabral
ResponderExcluirEssa Senhora Ministra Corregedora, Doutora Eliana Calmon, deu prova de retidão, honestidade,coragem e brasilidade. Lamentável são os Ministros do STF que estão querendo "tapar o sol com uma peneira"imaginando que todo brasileiro é idiota ( ou cego ). Esquecem das reportagens da mídia escrita, falada e televisada, que quase que diariamente escancaram os desvios do Executivo, Legislativo e o Judiciário, que deveria dar o bom exemplo.
Paulo do Pontalzinho
paupont@bol.com.br
Ela podia ter optado por muita grana, continuar viva e continuar 'falando' aos 4 ventos que era honesta!!!
ResponderExcluirRicardo Nunes
Foi-se o tempo em que mulher só fazia faxina em casa. Olhem elas aí dando seriedade em tudo!.... Não me interessa os quantos irão discordar de mim - mas acho que as mulheres, quando sérias, dão de "chinelos" nos marmanjos. Minha mãe é meu melhor exemplo, mesmo sabendo que meu pai - também - foi um homem exemplar.
ResponderExcluirDjalma Ribeiro
O que estão pretendendo fazer os homens que se dedicam a interpretar, estudar e aplicar as leis neste país?
ResponderExcluirDestrui-las? São suicidas?
Não precisamos de um Supremo atado ao governo de ocasião. Não precisamos de advogados que se vendem por quaisquer tostões.
Não precisamos de juizes que esquecem o Direito para fazerem o que acham direito para seus bolsos.
O CNJ deve ter poderes para limpar o judiciário de seus maus elementos.
E sabemos que existem juizes que vendem sentenças e advogados que se aliam a estes juizes.
Querem tampar o sol com a peneira. Mas o povo está vendo muito bem o que está acontecendo.
O Poder Judiciário é o único poder que não é eleito pelo voto direto e porisso precisa ser transparente e mais fiscalizado.
José Carlos Conrado
É preciso separar o que é gente politica de profissional da lei
ResponderExcluiros ataques e acusações generalizadas de corrupção contra juízes, às vésperas de o Supremo decidir o alcance do poder correcional do CNJ, é uma tentativa de emparedar os ministros da mais alta corte do país. Ela vai agora dizer claramente os nomes, é a conseqüência natural de alguém no cargo que ela ocupa ela tem essa obrigação.
DSR
Num país onde se exige placas de advertência antes de radares de trânsito, e que bêbados ao volante podem dar carteiradas (Boa noite, Aécio!), a atitude desta Desembargadora é um sopro de esperança.
ResponderExcluirAs portas estão se fechando. Parece haver um complô para que não se puna ninguém no Brasil.
ResponderExcluirHildete Tavares