A POLÍCIA PRECISA DE COMPETÊNCIA PARA ALGEMAR E PARA INVESTIGAR

A alta cúpula do PT está na luta para impedir o constrangimento físico e moral do preso, de modo que policiais que desacatarem a ordem poderão ser indiciados por abuso. Com isso, caberá à autoridade policial ou judicial avaliar, nos casos concretos, o perigo que cada preso representa e decidir com prudência e respeito ao direito das pessoas a conveniência de algemá-lo ou de usar outras maneiras de imobilização. O temor é de que a nova determinação inclua a possibilidade de tratamentos desiguais, ou seja, que a algema acabe sendo usada apenas contra pretos, pobres e prostitutas: cidadãos e cidadãs sem recursos - e não, por exemplo, contra os criminosos de colarinho branco. A princípio, o uso de algemas não representa nem de longe um perigo maior aos policiais. Vale ressaltar que a eficiência da polícia e a qualidade do sistema não podem ser mensuradas pelo uso dessa ferramenta, mas pela competência que investiga os atos criminosos cometidos contra a sociedade. Utilizando ou não a algema, o que a sociedade espera é que não somente os menos favorecidos continuem sendo algemados e expostos à mídia como verdadeiros monstros. Mas que as penas severas se estendam também aos ricos que praticaram crimes contra terceiros e contra o Estado.