Integrante da base do governo, mas rebelde na votação do salário mínimo na Câmara, o PDT foi excluído da lista de convidados para a primeira reunião da presidente Dilma Rousseff com líderes de partidos aliados, no Palácio do Planalto. Ao todo, líderes de 15 siglas participaram da reunião na manhã de ontem. À tarde, o presidente do PDT na Bahia, Alexandre Brust, tratou de minimizar o desconforto causado com a exclusão do encontro e afastou qualquer possibilidade de o mal-estar refletir na relação entre os parlamentares baianos e o governador Jaques Wagner (PT) na Assembléia Legislativa. “Sem nenhuma possibilidade. O PDT vive em lua de mel com o governo baiano”, afirmou. Brust ainda disse que também não há chances de o PDT romper com o governo Dilma. “Não houve retaliação da presidenta Dilma, inclusive, o PDT vai participar do Conselho Político do governo. A presidenta deve ter orientado o ministro (das Relações Institucionais da Presidência, Luiz Sérgio) a não convidar o PDT porque Paulinho da Força – deputado federal (PDT-SP) – continua defendendo que haja compensação do valor do salário mínimo no Imposto de Renda (IR)”, minimizou o dirigente. “O PDT é um partido trabalhista e isso nunca vai mudar. Nós sempre seremos a favor dos trabalhadores”, pontuou. Brust recorreu à história, e lembrou o episódio de quando o então ministro do Trabalho João Goulart – (PTB), que depois veio a se tornar presidente do Brasil – reajustou em 100% o valor do salário mínimo, em 1953, quando o chefe da nação brasileira era Getúlio Vargas. “Houve uma manifestação dos coronéis temendo um movimento forte dos sindicalistas e eles exigiram de Getúlio a demissão de Jango (João Goulart) do ministério. Getúlio demitiu Jango, mas manteve o reajuste de 100% do salário mínimo”, relatou Brust. “Liguei para Lupi (o ministro do Trabalho e presidente nacional do PDT, Carlos Lupi) ontem (terça-feira, 1º) e disse a ele: ‘companheiro, se Jango caiu por causa de 100%, nós podemos cair por causa de 10%”, afirmou o dirigente baiano. Alexandre Brust disse ainda que o que aconteceu na votação do projeto do mínimo de Dilma foi que Lupi deixou livres os deputados e senadores do PDT para que cada um votasse “de acordo com sua consciência”. Em entrevista ao portal Terra Magazine, o ministro Lupi minimizou as declarações de Paulinho da Força, que afirmou que as centrais sindicais estão “de saco cheio do PT”. “Isso é uma questão momentânea, a gente já superou muitas outras dificuldades partidárias. A convocação ou não convocação não nos impede de estar apoiando o projeto do governo”, afirmou Lupi. LÍDERES ADMITEM RETALIAÇÃO - O ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais) e o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), deixaram claro que partiu da presidente Dilma Rousseff a decisão de deixar o PDT, rebelde na votação do mínimo, de fora do primeiro encontro com os líderes de partidos aliados. “A reunião de hoje (ontem) foi uma reunião em que a presidenta convidou os líderes que estão 100% afinados com o governo”, afirmou Luiz Sérgio. Depois, perguntado se foi, efetivamente, Dilma quem determinou que o PDT não participasse da reunião, o ministro foi evasivo. “O importante é que vai ser restabelecido o conselho político e, no conselho, o PDT, enquanto partido da base, terá assento”, disse. Já Vaccarezza afirmou que, num regime presidencialista, a decisão é sempre do presidente. “Essa [quem decidiu não convidar o PDT] é uma pergunta, me desculpe a franqueza, desnecessária. Você acha que eu posso tomar uma decisão? Só com anuência”, disse o líder. Em seguida, ao sair do Palácio do Planalto, o líder do governo disse assumir “inteira responsabilidade pelos convites”. Mas, logo em seguida, emendou: “E eu só faço o que a presidente manda.” A ausência do partido, que se rebelou na votação do salário mínimo, a mais importante até agora no governo Dilma, foi minimizada por Luiz Sérgio e por Vaccarezza, que também negaram que tenha havido retaliação. “Não é uma discussão de exclusão. Nessa primeira reunião, a idéia do governo era reunir os líderes que estavam 100% afinados com esse discurso [de unificação da base]. Mas não é nenhuma retaliação, não tem nenhum julgamento prévio”, afirmou. A ausência do PDT nem chegou a ser mencionada na reunião, que durou cerca de uma hora e meia, segundo relato dos presentes ao encontro. Segundo Luiz Sérgio, “a grande notícia da reunião” foi a decisão da presidente de restabelecer o conselho político. A primeira reunião está marcada para o próximo dia 23 de março. Não foi definida uma frequência fixa para as reuniões do conselho.
Bem feito para estes pelegos. Depois da morte de Leonel Brizola, o PDT se transformou num balcão de comércio, infelizmente.
ResponderExcluirNivaldo Gomes
RSRSRSRS... ACHEI FOI POUCO! BARRADOS NUM BAILE EM QUE FORAM PROTAGONISTAS. MAS LOGO VÃO PEDIR DESCULPAS POR TEREM SIDO TRATADOS COMO CACHORRINHOS VIRA-LATAS.
ResponderExcluirRIVALDO SANTOS
CUPICHAS...
ResponderExcluirMERECEM PIOR.
NUNES