A imprensa soterapolitana tem mostrado o caos na saúde de Camaçari: o hospital público superlotado, com pacientes no chão pelos corredores, esperando por cirurgias há meses. E mostrou um grupo de “técnicos” do Ministério da Saúde inspecionando este hospital com aquele ar de quem já viu aquilo incontáveis vezes, se acostumou com aquela desgraça e tenta disfarçar, sabendo que está apenas fazendo figuração no circo de horrores que é a saúde pública brasileira. Não muito distante dali, uma comissão parlamentar visitou um hospital público de Salvador e lavrou este relatório: “A situação é de caos total. No Centro de Material Esterilizado, por exemplo, as duas máquinas responsáveis pela limpeza do material cirúrgico do hospital estão quebradas. Bisturis, tesouras e pinças são lavados e secados manualmente. Os funcionários da instituição contam que os elevadores de carga do hospital não funcionam. Por isso,os materiais, além da comida e roupa de cama, passaram a ser transportados no único elevador em funcionamento, que deveria ser destinado apenas ao transporte de pacientes e corpos”. O Hospital é o Roberto Santos, um dos maiores hospitais públicos da capital baiana. No HRS observa-se que existem dezenas de aparelhos modernos encaixotados há mais de dois anos, empilhados nos corredores, enferrujando. A precariedade do setor responsável pela limpeza dos materiais usados em procedimentos cirúrgicos é visível. E pelas deploráveis condições gerais está apelidado de “Hospital Matadouro”. Esta situação caótica espalha-se pelo País: em Fortaleza, a espera dos pacientes por cirurgias e próteses ortopédicas é tão grande e a demora pelo procedimento é tão longo, que um juiz federal proibiu que a Secretaria Municipal de Saúde realizasse eventos festivos enquanto esta dramática situação não fosse minorada. Em Itabuna, o Hospital de Base Luiz Erduardo Magalhães-HBLEM, luta bravamente para dar conta de uma demanda extremamente superior a sua capacidade resolutiva. Como não poderia deixar de ser, a situação é semelhante aos outros grandes hospitais públicos do País. Não se pode negar: o sistema de saúde público caótico é um legado do governo anterior, que continua no poder. Junto com uma política externa que privilegiava ditadores e regimes tirânicos, é uma herança maldita, que a presidente Dilma Rousseff herdou com outras políticas públicas desastrosas, como o descaso na ocupação de encostas e ausência de obras preventivas, que provocam tragédias e nos fazem contar mortos e feridos.
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