Itabuna tem cerca de 200 mil habitantes, com grande percentual na linha de pobreza e absoluta miséria, andando sempre na ponta dos piores índices do Estado da Bahia, quando se refere a desenvolvimento humano, educação, mortalidade infantil e, mais recentemente, homicídios. Para os índices sociais, há sempre os que acreditam que seja coisa orquestrada pelos que usufruem melhor daqueles que vivem no pior. Quando se refere a homicídios, a justificativa geral é de que os usuários e traficantes se matam pela manutenção do lucrativo negócio, fato observado com certo conforto por aqueles que acreditam que a matança fica entre eles, então que se matem. Há outra linha que advoga a tese de que os homicidas e suas vítimas são produtos de uma sociedade perversa, onde poucos ganham muito e muitos quase nada, os excluídos socialmente. A tese da vitimização social é de certa forma desrespeitosa em relação àqueles que, apesar de estarem na linha de miséria, conseguem superar as dificuldades e viverem com dignidade, e são muito mais numerosos que os marginais, que procuraram o caminho mais fácil e curto da vida bandida, abandonaram as escolas e fugiram de tudo o que representa trabalho, ordem e disciplina. Não fosse assim, seria necessário um PAC exclusivo para a construção de presídios e cemitérios. Antes da explosão do consumo das drogas, a violência das grandes cidades era atribuída ao êxodo rural e isso virou senso comum, mas então veio o bolsa família que segurou muita gente por lá e contrariou, em parte, a expectativa de explosão dos centros urbanos. Naquela época, uma família saindo da roça em direção a Itabuna era vista por muitos como uma quadrilha em formação. Conheci um menino que cresceu com mais dois irmãos em área de periferia, apaixonou-se pelo atletismo e correndo de forma obstinada pra longe dos caminhos da droga, chegou a Salvador e lá foi abrigado por entidade que cuida de talentosos atletas e futuros campeões, tratamento que tanto pleiteara aqui e não conseguira, mas não desistiu. Um dos dois irmãos aguarda a hora para pontuar nas estatísticas de homicídios, o outro parece correr na direção do atleta. Há mães e pais pobres que perderam filhos para as drogas e que, ao mesmo tempo, registram com muito orgulho a resistência dos que preferiram seguir superando as dificuldades que a vida oferece - seus valorosos filhos heróis.
Tem muitos jovens morrendo porque não conseguiu ter força para evitar o vício das dorgas: acabaram excedendo o consumo; ficaram devendo aos traficantes; não tiveram como pagar e para servir de exmplos para os demais credores do tráfico, acabaram pagando com suas próprias vidas!!! Essa situação se repete diariamente.
ResponderExcluirEdcmilson Soares