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Câmara

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25 de julho de 2010

O CRACK, O FLAGELO SOCIAL E AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

Depois de completar uma década de atividades de imprensa, tenho colecionado muitas histórias tristes. De tantas, as que mexem mais com os meus sentimentos são aquelas de envolvimento de jovens com drogas. Minha atuação em ONGs - Organizações Não Governamentais, que atuam com prevenção às drogas e apoio aos toxicômanos, faz com que me defronte com essa maldição com uma freqüência assustadora. Tenho encontrado famílias aniquiladas, pais impotentes, ao lado de pacientes desesperadamente irrecuperáveis. O choque é maior nos casos em que conheci aquele usuário na infância. Ainda que estudiosos identifiquem desajustes familiares como uma das principais causas, é comum que os pais assinalem o início dos males às “más companhias”, com as quais os filhos teriam desandado, teriam feito uma espécie de curso preparatório até mergulhar de cabeça no inferno das “viagens”. Com o tempo, aquele menino bom transforma-se, ele próprio, na “má companhia” que os outros pais rotulam e abominam. É um elo maldito. A completa dependência costuma transformar pacatos adolescentes em ousados delinquentes. Tendo como pano de fundo a ameaçadora onipresença do traficante, não existe barreira moral ou ética para a obtenção dos bagulhos, das pedrinhas, do pó, do pico. Como numa hecatombe, as residências vão se despindo de objetos valiosos. Das jóias a botijões de gás, negociados a preço de banana. Na sanha destruidora, nem velhos calçados escapam. No fim, sobram as quinquilharias que o traficante rejeita. Participação em roubos e assassinatos completa o quadro desolador. A morte precoce os espreita. Problema policial, político e de saúde pública, diria até de segurança nacional, nem Lula ou qualquer outro dirigente tiveram peito de encarar esse desafio. Agora, com a campanha para a sucessão presidencial na rua, creio ter chegado um excelente momento para discutir a questão. Revela-se estéril a insistência em comparar Lula X FHC, pelo simples fato de nenhum dos dois ser candidato. Infelizmente, as perigosas ligações do PT com as Farc (narcoguerrilheiros colombianos) certamente irão inibir as discussões. É voz corrente que a credibilidade das Farc no país de origem é baixa justamente pela conjunção promíscua com os traficantes. Entre nós, se uma das partes insistir em classificar o tema das drogas como “baixarias da oposição”, teremos perdido uma excelente oportunidade de tentar controlar esse câncer social.

3 comentários:

  1. Diante da incapacidade do governo em reduzir a violência, há quem diga que apenas a legalização das drogas será capaz de acabar com o crime organizado.

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  2. Não existe saída imediata para a violência decorrente do lucrativo tráfico de drogas ilegais a não ser a anulação da situação de ilegalidade. Mas isso significa acabar com um negócio de 1 trilhão de dólares anuais. Não será qualquer governo capaz de providenciar tal façanha. Até porque junto com o negócio das drogas ilegais está o negócio do tráfico de armas e ambos se encaixam à perfeição com os interesses imperiais ...

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  3. Realmente eu tambem so vejo a soluçao pra acabar com o crime legalizando a droga da droga! outros paìses ja tem mostrado um bom ate otimo resultado com a legalizaçao da droga, como por exemplo a droga injetavel que sao dadas nos postos de saude para os viciados e os proprios medicos aplica, isso faz com que os drogados nao va as ruas atras de droga nas maos de traficantes e dimunui o risco de doenças por injeçoes usadas! existe com certeza soluçao pra as outras drogas que nao sao injetaveis!
    Linda H.

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