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27 de janeiro de 2010

QUINZE DIAS APÓS TREMOR, 1 MILHÃO DE CRIANÇAS AGUARDAM AJUDA NO HAITI

As crianças representam 45% da população haitiana e estão entre os grupos mais vulneráveis dos sobreviventes do terremoto do último dia 12. Embora não haja um número oficial, a ONG Save The Children estima que haja 1 milhão de crianças órfãs, desacompanhadas ou que perderam ao menos um dos pais no terremoto. Muitas delas agora vagam nas ruas de Porto Príncipe em busca de comida e de algum familiar. "Elas são extremamente vulneráveis", alerta Kate Conradt, porta-voz da ONG. As organizações humanitárias voltadas para crianças focaram seus esforços iniciais nas crianças órfãs e aquelas que foram separadas das famílias. "Há preocupação quanto à saúde, assuntos psicossociais e, claro, estamos preocupados que crianças desacompanhadas serão exploradas por pessoas sem escrúpulos que podem querer traficá-las para a adoção, para comércio sexual ou para a servidão", disse Kent Page, porta-voz da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), citado pelo jornal "The New York Times". Nesta terça-feira, relata o jornal, funcionários foram às ruas para coletar informações para um banco de dados que ajudará a manter contato com as crianças. A mesma técnica foi utilizada na Província de Aceh, na Indonésia, após o devastador tsunami de 2004, para ajudar a reunir crianças e parentes. As crianças que não tiverem nenhum adulto responsável ou disposto a assumir seus cuidados serão enviadas a um dos três orfanatos na capital onde a Unicef estabeleceu centros de apoio. A Save The Children organizou também 13 "espaços infantis" em acampamentos improvisados. Já a Cruz Vermelha e outros grupos lançaram esforços para reunir as crianças com seus familiares. "As crianças do Haiti, a menos que tenham ajuda, elas perderão sua infância, sua inocência", disse a primeira-dama haitiana, Elisabeth Delatour Préval, nesta terça-feira. Apesar dos esforços, é evidente nas ruas de Porto Príncipe que as crianças superam em muito a capacidade de ajuda humanitária das ONGs. Algumas foram liberadas dos hospitais sem nenhum responsável porque não há leito suficiente para aguardar que alguém venha procurá-las. "Médicos estão sendo aconselhados a monitorar e enviar crianças desacompanhadas para espaços amigáveis", disse a ONU, em comunicado recente.

3 comentários:

  1. Ajudar também é dar amor. Sabemos que antes da catástrofe já havia milhares de crianças órfãs a precisar de uma família no HAITI. Depois da catástrofe os números dispararam esponencialmente, como todos sabemos, por isso não percebo muito bem porque é que quase só se pede ajuda em dinheiro...Concordo com a UNICEF quanto à preocupação com o tráfico, mas ninguém está à espera de receber uma criança sem garantias de segurança. As instituições existem para alguma coisa e, felismente, funcionam.

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  2. A pobreza do Haiti tal como em outros países pobres atingidos por desastres naturais deixa a sua população completamente à mercê da devastação que se abateu sobre ela.E as crianças são as mais atingidas.

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  3. Os países ricos precisam acordar e colaborar. Será que só chegou a hora por causa da tragédia?

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