As crianças representam 45% da população haitiana e estão entre os grupos mais vulneráveis dos sobreviventes do terremoto do último dia 12. Embora não haja um número oficial, a ONG Save The Children estima que haja 1 milhão de crianças órfãs, desacompanhadas ou que perderam ao menos um dos pais no terremoto. Muitas delas agora vagam nas ruas de Porto Príncipe em busca de comida e de algum familiar. "Elas são extremamente vulneráveis", alerta Kate Conradt, porta-voz da ONG. As organizações humanitárias voltadas para crianças focaram seus esforços iniciais nas crianças órfãs e aquelas que foram separadas das famílias. "Há preocupação quanto à saúde, assuntos psicossociais e, claro, estamos preocupados que crianças desacompanhadas serão exploradas por pessoas sem escrúpulos que podem querer traficá-las para a adoção, para comércio sexual ou para a servidão", disse Kent Page, porta-voz da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), citado pelo jornal "The New York Times". Nesta terça-feira, relata o jornal, funcionários foram às ruas para coletar informações para um banco de dados que ajudará a manter contato com as crianças. A mesma técnica foi utilizada na Província de Aceh, na Indonésia, após o devastador tsunami de 2004, para ajudar a reunir crianças e parentes. As crianças que não tiverem nenhum adulto responsável ou disposto a assumir seus cuidados serão enviadas a um dos três orfanatos na capital onde a Unicef estabeleceu centros de apoio. A Save The Children organizou também 13 "espaços infantis" em acampamentos improvisados. Já a Cruz Vermelha e outros grupos lançaram esforços para reunir as crianças com seus familiares. "As crianças do Haiti, a menos que tenham ajuda, elas perderão sua infância, sua inocência", disse a primeira-dama haitiana, Elisabeth Delatour Préval, nesta terça-feira. Apesar dos esforços, é evidente nas ruas de Porto Príncipe que as crianças superam em muito a capacidade de ajuda humanitária das ONGs. Algumas foram liberadas dos hospitais sem nenhum responsável porque não há leito suficiente para aguardar que alguém venha procurá-las. "Médicos estão sendo aconselhados a monitorar e enviar crianças desacompanhadas para espaços amigáveis", disse a ONU, em comunicado recente.
Ajudar também é dar amor. Sabemos que antes da catástrofe já havia milhares de crianças órfãs a precisar de uma família no HAITI. Depois da catástrofe os números dispararam esponencialmente, como todos sabemos, por isso não percebo muito bem porque é que quase só se pede ajuda em dinheiro...Concordo com a UNICEF quanto à preocupação com o tráfico, mas ninguém está à espera de receber uma criança sem garantias de segurança. As instituições existem para alguma coisa e, felismente, funcionam.
ResponderExcluirA pobreza do Haiti tal como em outros países pobres atingidos por desastres naturais deixa a sua população completamente à mercê da devastação que se abateu sobre ela.E as crianças são as mais atingidas.
ResponderExcluirOs países ricos precisam acordar e colaborar. Será que só chegou a hora por causa da tragédia?
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