O Encontro Regional realizado pelo PV neste final de semana em Juazeiro além de definir as candidaturas dos deputados federais Luiz Bassuma para o governo estadual e de Edson Duarte para o Senado, mostrou também que o partido quer disputar as próximas eleições com uma proposta de poder, e não apenas ser mais um, como muitos imaginavam. A presença da senadora Marina Silva, nome do partido para concorrer à sucessão do presidente Lula, não só reforçou a tese de candidatura própria para os verdes baianos, como possibilitou uma visão diferente sobre a estratégia na futura disputa eleitoral. Como visto, a estratégia do PV não é ser diferente, mas fazer diferente. Depois de receber o título de cidadã de Juazeiro na Câmara de Vereadores e participar dos debates internos sobre as eleições de 2010, Marina Silva falou à imprensa sobre vários aspectos, fazendo cair por terra teses pré-estabelecidas por alguns setores da mídia. Dando margem a essa dinâmica, a senadora foi apresentada no evento pelos seus companheiros de partido como a “renovação da esperança” na política brasileira. “Ficar no lugar comum é se tivéssemos o mesmo processo. Uma eleição plebiscitária, entre duas candidaturas, discutindo o passado, ou seja, o governo do presidente Lula contra o governo do Presidente Fernando Henrique, sem colocar no centro da discussão aquilo que o mundo inteiro está discutindo, que é o desafio da mudança de modelo de desenvolvimento”, disse Marina Silva. A senadora crê que esta discussão ia passar ao largo da campanha e que o PV não quer apenas o “embate entre a Ministra Dilma e o Governador Serra”, os dois principais candidatos colocados até aqui. “A campanha não pode ser um embate, tem de ser um debate”, justificou. Com esta decisão, a senadora conseguiu quebrar algumas resistências dentro do seu próprio partido e sair do isolamento no pleito de 2010. Para Marina Silva, a ousadia do PV em se definir por uma candidatura própria está tirando do lugar comum a campanha, “porque não há mais a possibilidade de ser apenas um plebiscito. A realidade já nos mostra que não é mais uma discussão entre desenvolvimentistas; é uma discussão que requalifica o olhar da política sobre o Brasil e sobre o mundo”. A pré-candidata do PV acredita que “tem de parar de fazer a política pela desqualificação do interlocutor em tudo” e que não tem nenhuma dificuldade de reconhecer os avanços dos “últimos 16 anos na política econômica que começou com o Presidente Fernando Henrique Cardoso e no avanço da política social e vejo o Presidente Lula como seu protagonista principal”. Contudo, ela entende que a história não para por aí e que existem outros desafios. “Se fizermos da campanha uma comparação entre o presidente que passou e outro que vai entregar o cargo a seu sucessor, nós não estamos olhando para frente. Estamos olhando para trás”, pontuou. Isso poderia ter representado o espelho real do discurso de Marina na futura disputa eleitoral não fosse as suas próprias declarações que a colocaram como centrada também em outros temas do cotidiano. Em Juazeiro, Marina Silva usou um discurso recheado de parábolas bíblicas, narrou um pouco da sua trajetória de vida, mas lembrou que não irá esquecer a sua passagem pelo PT, partido que lhe formou politicamente, embora tenha lamentado os seus erros cometidos ao longo do tempo. Mostrando como pretende barrar as amarras contra a sua candidatura, a senadora convocou a juventude brasileira e juazeirense para participação na política nacional. “Essa luta no Brasil tem essa cara, de juntar meio ambiente e defesa da vida digna para as pessoas, de fazer com que a questão ambiental seja parte de uma mesma moeda e integradamente a gente poder dar as respostas para o problema da energia, o suprimento de água, o saneamento básico, da agricultura, da saúde e da educação”, comentou. NOMES E FUTURAS ALIANÇAS: “O diretório nacional do Partido Verde junto com as demais coordenações decidiram que nós do PV vamos trabalhar para termos candidaturas próprias em todos os estados”. Com esta declaração a senadora Marina Silva aproveitou o momento oportuno para incentivar as candidaturas dos deputados federais Luiz Bassuma para disputar o governo baiano, e de Edson Duarte para disputar o Senado. Bassuma não só gostou da idéia como a abraçou de corpo e alma. Duarte, por sua vez, já estava propenso a aceitar a proposta. Depois do aval da presidenciável, tudo ficou mais fácil. Buscando ser diferente, Marina Silva pretende inovar também na hora de fechar alianças políticas. “O que nós e o PV não queremos é fazer alianças e discussões puramente pragmáticas, mas sim discutir a questão programática, porque o que está acontecendo é que os partidos deixaram de ser espaços de discutir propostas e idéias e viraram um espaço de discutir qual é a matemática que se faz para ganhar o poder. Sabemos que não vamos governar sozinhos, mas também a governabilidade deve ser em cima das ideias e não do fisiologismo”, colocou. As declarações soam estranhas porque, na Bahia, o principal representante do Psol, Hilton Coelho, promete resistir a uma aliança com os verdes caso a mesma seja aprovada pelo comando nacional das duas legendas. “Tivemos uma primeira conversa com a vereadora Heloísa Helena, sabemos que temos diferenças programáticas e não vamos escamoteá-las, mas temos convergências e pretendemos aprofundá-la para superá-las com o intuito de caminharmos juntas”, disse Marina Silva. (Evandro Matos).
Marina Silva vem aí para destronar e calar a boca de Lula, embora não tenha condições de derrotar o governador José Serra.
ResponderExcluirTalvez seja por isso que o mafioso José Dirceu já a ameaçou com algumas represálias a mando de Lula, embora sabendo que Dilma nunca teve condições de disputar coisa nenhuma.
Marina Silva parece ser mais do que a "pedra no sapato" mas uma "rocha no barraco do Lula"; só penso que todos os políticos têm uma "fase antes de se eleger e outra fase depois", pois o Lula "era a salvação da Pátria" e deu no que deu.
ResponderExcluirTenho medo que como qualquer outro(a) que o substitua, a Marina seja contaminada também pelo mesmo vírus.