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1 de dezembro de 2024

AIDS: HÁ AVANÇOS, MAS O MEDO E O ESTIGMA AINDA NÃO MUDARAM

Neste Dia Mundial de Combate à Aids, o Cerpat promoveu passeio ciclista pela luta contra o preconceito e prevenção sobre o HIV-Aids

O Centro de Referência em Prevenção, Assistência e Tratamento às ISTs (CERPAT) da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Itabuna, realizou na manhã deste próximo domingo (1º), o 3º Pedal da Prevenção e Combate ao HIV/Aids. O evento reuniu mais de 300 ciclistas com o objetivo de chamar a atenção da sociedade sobre a importância da prevenção e tratamento às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).

Num percurso de 11 quilômetros, o evento percorreu algumas das principais avenidas da cidade: Mário Padre, Aziz Maron, Princesa Isabel, Amélia Amado e Avenida Itajuípe até a Praça Alice Monteiro, no Santo Antônio. Depois retorna à rotatória do Banco Raso e encerra no ponto de partida. O evento contou com parceria do Gapa e do Grupo Humanus.

Segundo informações de diz Fernanda Barros, que coordena o Cerpat, 185 novos casos de contaminação pelo vírus HIV de moradores de Itabuna e região cacaueira, foram notificados de janeiro até novembro, com 28 casos oriundos de municípios circunvizinhos e 90 sendo pacientes de Itabuna. Entre os novos casos, 60% são de mulheres adultas.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, estima-se que um milhão de pessoas vivam com o HIV no Brasil, cerca de 650 mil do sexo masculino e 350 mil do sexo feminino. Em 2023, o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde mostrou que 190 mil pessoas que sabiam ser portadoras do HIV ainda não haviam começado o tratamento necessário. O número alarmante corresponde a 19% da população já diagnosticada com o vírus.

Atualmente, há uma gama de medicamentos e formas de prevenção que permitem que pessoas que vivem com o HIV possam levar uma vida saudável, em um quadro que não evolua para a Aids, e que possam se relacionar sem transmitir o vírus para seus parceiros. Chamados de antirretrovirais (ARV), esses medicamentos impedem a multiplicação do vírus no organismo reduzindo o número de infecções por doenças oportunistas. O SUS (Sistema Único de Saúde) passou a ofertar gratuitamente esse tipo de medicamento em 1996 e, desde então, segue oferecendo novas drogas e tecnologias para o tratamento do HIV.

Outro método de prevenção são a Profilaxia Pré-Exposição e a Profilaxia Pós-Exposição, conhecidas como PrEP e PEP. A primeira é um medicamento que deve ser administrado de forma programada para evitar a infecção pelo HIV caso ocorra uma exposição. Já a PEP é voltada para casos emergenciais, onde a exposição pode já ter ocorrido, e deve ser tomada em até 72 horas. O Brasil foi o primeiro país da América Latina a incorporar a técnica como política pública, em 2018.

Criado em 1996, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) tem a função de criar soluções e atuar em parceria com os poderes públicos locais na prevenção do avanço do HIV e, hoje, é referência na divulgação de dados e pesquisas sobre o tema.

"Direcionamos grande parte dos nossos esforços em uma comunicação que fala sobre o HIV de forma natural, que pode atingir qualquer pessoa de qualquer raça, idade, status social, identidade de gênero ou orientação sexual, pois o vírus não escolhe quem vai infectar", explica a coordenadora do Cerpat, Fernanda Barros, que enfatiza a divulgação, por parte do Poder Público, dos métodos de prevenção e de campanhas contra a estigmatização.

"O HIV tem tratamento eficaz e o acesso é gratuito por meio do SUS, sistema que é pioneiro e serve de inspiração no mundo inteiro. Além disso, o tema HIV e Aids deve ser discutido sempre e em todos os lugares, não com o olhar de discriminação e preconceito". Fernanda Barros reforça também a busca por acolhimento e respeito a essa população. "Embora tenha havido muitos avanços no tratamento dessas doenças e infecções, ainda persiste sobre as pessoas portadoras de HIV e Aids um estigma que precisa ser eliminado", afirma.

O Cerpat atua para diminuir a vulnerabilidade da população itabunense e sulbaiana, às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e conta com atendimentos para testagem de HIV; Profilaxia Pós-Exposição (PEP); saúde integral para travestis, transexuais e profissionais do sexo; e serviços em saúde mental, além da oferta de capacitação para profissionais da Saúde. "Por se tratar de doenças crônicas, é preciso garantir que essas pessoas tenham condições de acesso ao acompanhamento necessário para toda a vida", completa Fernanda Barros.

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