Neste Dia Mundial de Combate à Aids, o Cerpat promoveu passeio ciclista pela luta contra o preconceito e prevenção sobre o HIV-Aids
O Centro de Referência em Prevenção, Assistência e Tratamento às ISTs (CERPAT) da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Itabuna, realizou na manhã deste próximo domingo (1º), o 3º Pedal da Prevenção e Combate ao HIV/Aids. O evento reuniu mais de 300 ciclistas com o objetivo de chamar a atenção da sociedade sobre a importância da prevenção e tratamento às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
Num
percurso de 11 quilômetros, o evento percorreu algumas das principais avenidas
da cidade: Mário Padre, Aziz Maron, Princesa Isabel, Amélia Amado e Avenida
Itajuípe até a Praça Alice Monteiro, no Santo Antônio. Depois retorna à
rotatória do Banco Raso e encerra no ponto de partida. O evento contou com parceria do Gapa e do Grupo Humanus.
Segundo
informações de diz Fernanda Barros, que coordena o Cerpat, 185 novos casos de contaminação
pelo vírus HIV de moradores de Itabuna e região cacaueira, foram notificados de
janeiro até novembro, com 28 casos oriundos de municípios circunvizinhos e 90 sendo
pacientes de Itabuna. Entre os novos casos, 60% são de mulheres adultas.
De acordo
com dados do Ministério da Saúde, estima-se que um milhão de pessoas vivam com
o HIV no Brasil, cerca de 650 mil do sexo masculino e 350 mil do sexo feminino.
Em 2023, o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde mostrou
que 190 mil pessoas que sabiam ser portadoras do HIV ainda não haviam começado
o tratamento necessário. O número alarmante corresponde a 19% da população já
diagnosticada com o vírus.
Atualmente,
há uma gama de medicamentos e formas de prevenção que permitem que pessoas que
vivem com o HIV possam levar uma vida saudável, em um quadro que não evolua
para a Aids, e que possam se relacionar sem transmitir o vírus para seus
parceiros. Chamados de antirretrovirais (ARV), esses medicamentos impedem a
multiplicação do vírus no organismo reduzindo o número de infecções por doenças
oportunistas. O SUS (Sistema Único de Saúde) passou a ofertar gratuitamente
esse tipo de medicamento em 1996 e, desde então, segue oferecendo novas drogas
e tecnologias para o tratamento do HIV.
Outro
método de prevenção são a Profilaxia Pré-Exposição e a Profilaxia
Pós-Exposição, conhecidas como PrEP e PEP. A primeira é um medicamento que deve
ser administrado de forma programada para evitar a infecção pelo HIV caso
ocorra uma exposição. Já a PEP é voltada para casos emergenciais, onde a
exposição pode já ter ocorrido, e deve ser tomada em até 72 horas. O Brasil foi
o primeiro país da América Latina a incorporar a técnica como política pública,
em 2018.
Criado em
1996, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) tem a
função de criar soluções e atuar em parceria com os poderes públicos locais na
prevenção do avanço do HIV e, hoje, é referência na divulgação de dados e
pesquisas sobre o tema.
"Direcionamos
grande parte dos nossos esforços em uma comunicação que fala sobre o HIV de
forma natural, que pode atingir qualquer pessoa de qualquer raça, idade, status
social, identidade de gênero ou orientação sexual, pois o vírus não escolhe
quem vai infectar", explica a coordenadora do Cerpat, Fernanda Barros, que
enfatiza a divulgação, por parte do Poder Público, dos métodos de prevenção e
de campanhas contra a estigmatização.
"O HIV
tem tratamento eficaz e o acesso é gratuito por meio do SUS, sistema que é
pioneiro e serve de inspiração no mundo inteiro. Além disso, o tema HIV e Aids
deve ser discutido sempre e em todos os lugares, não com o olhar de discriminação
e preconceito". Fernanda Barros reforça também a busca por acolhimento e
respeito a essa população. "Embora tenha havido muitos avanços no
tratamento dessas doenças e infecções, ainda persiste sobre as pessoas
portadoras de HIV e Aids um estigma que precisa ser eliminado", afirma.
O Cerpat atua para diminuir a vulnerabilidade da população itabunense e sulbaiana, às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e conta com atendimentos para testagem de HIV; Profilaxia Pós-Exposição (PEP); saúde integral para travestis, transexuais e profissionais do sexo; e serviços em saúde mental, além da oferta de capacitação para profissionais da Saúde. "Por se tratar de doenças crônicas, é preciso garantir que essas pessoas tenham condições de acesso ao acompanhamento necessário para toda a vida", completa Fernanda Barros.
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