Por 8 anos morei em frente a um cemitério e isto me fez descrer da mínima possibilidade da existência de visagens, fantasmas, zumbis e outros tantos pavores necrófilos. Suputei de vez resquícios de temor ao Drácula e até o lúdico fantasminha Pluft, morreu em meus devaneios do meu tempo de infância. Mas morando tão próximo do cemitério, testemunhei enterros de diversos indigentes, que mal tiveram as presenças dos próprios coveiros, em seus últimos instantes nas esferas terrestres.
Em
outros enterros, vi e ouvi pessoas gritando suas dores, chorando, desmaiando e
desesperadas. Vi sepultamentos com pouca gente e muitos choros e muito poucos
choros em enterros com muita gente. Vi de tudo nos cortejos fúnebres e nos
velórios. Vi viúvas tristes e até aquelas que não escondiam estarem aliviadas.
Vi coveiros enterrando seus próprios amores e também sendo enterrados. E
discursei para dezenas de radiouvintes que me ouviam sempre, mas que em seus
sepultamentos, não podiam me ouvir. E discursei também no cemitério, para
milhares de familiares de mortos, que nunca me contestavam, quando me ouviam
reclamar dos seus choros e desesperos.
Fiz
isto os perguntando se eram Cristãos, ou Kardessistas. Em ambas crenças, a vida
não acaba num cemitério. Quem acredita em Deus, tem consciência da dádiva da
ressurreição e quem crer na filosofia espírita, acredita na reencarnação.
Portanto, Cristãos e Espíritas não tem motivo de chorar pelo enterro de alguém amado. Isto porque “...do pó vieste e ao pó retornarás...” Genêsis 3:19”.
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