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Sem delatores e provas, Lula permaneceria impune |
Do guarda de trânsito que aceita um
"troco" para fazer vista grossa à infração à compra de um tríplex no
Guarujá pelo ex-presidente Lula, passando pelas transações financeiras
milionárias na contratação de empresa de limpeza pública, a corrupção é um mal
de mil raízes que se agarram aos mais diversos suportes. A relação entre
propina e benefícios é o que o papa Francisco chamou recentemente de "um
processo que nutre a cultura da morte, causa escravidão e desemprego". Quanto
mais profunda a corrupção, menores são os rastros. Apesar de ser uma ferramenta
importante e fundamental na descoberta dos envolvidos, a delação ainda tem peso
menor que a apresentação de provas diretas sobre o ato ilícito. Por ser um
crime que se mantém nas sombras, é preciso se debruçar sobre um quebra-cabeças
que inclui as colaborações e relatos de testemunhas, aliados a provas diretas
na tentativa de compreender e decifrar os caminhos tortuosos pelos quais os
corruptos e corruptores caminham. Quanto mais o tempo passa, mais sofisticadas
as práticas de corrupção se tornam, chegando ao ponto de ganhar braços
internacionais, especificamente no caso das grandes empresas. Essa
"expansão" da corrupção torna ainda mais difícil a identificação dos
autores. Por isso os estudiosos do assunto, como advogados e juristas, são
enfáticos em apontar a importância de um colaborador ou denunciante para ajudar
a rastrear os crimes de corrupção e todos os envolvidos, dos mandantes aos
laranjas e empresas de fachada. São eles os que ajudam na coleta de evidências
que, juntas, apontam para a ocorrência do crime. É necessário dar maior peso às
delações como uma das ferramentas imprescindíveis para tornar efetivo o combate
à corrupção. Para os especialistas, quando há a ocultação eficiente de provas,
é preciso lançar mão de outros mecanismos existentes como a delação, criando
uma vantagem para quem optar por colaborar. Se o crime tem como base o segredo
e o silêncio, quebrá-lo é o caminho para se chegar à verdade.
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